Polícia

Esposo de PM suspeita de tráfico foi preso em operação por ser flagrado com ecstasy

João Victor Souza | 24/08/22 - 15h45
Operação Rastro prendeu 13 pessoas em Alagoas | Divulgação

O homem que era prestador de serviço do sistema prisional alagoano foi detido na operação "Rastro" por ser flagrado com uma quantidade de ecstasy, droga sintética que ficou conhecida devido aos seus efeitos eufóricos. A informação foi passada ao TNH1 na tarde desta quarta-feira, 24.

O suspeito foi preso dentro da própria casa durante o cumprimento do mandado de prisão da esposa, a cabo da Polícia Militar suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Na ocasião, ele se apresentou como policial penal, porém depois foi confirmado que ele era agente de segurança não concursado.

De acordo com o advogado Napoleão Junior, o homem guardava um "saquinho" com a droga no imóvel, de quantidade não especificada, mas ao ser questionado se o entorpecente era para uso próprio ou para comércio, preferiu permanecer calado.

"O alvo da operação era a policial militar e o esposo dela foi detido porque houve o flagrante, já que ele estava com esse saquinho da ecstasy. Ele já prestou depoimento, preferiu ficar em silêncio e agora vai ser encaminhado ao sistema prisional", disse Napoleão Júnior.

Ainda segundo o advogado, que também faz parte da defesa da PM presa, os autos do processo serão analisados e o casal deve passar a noite no sistema prisional, antes de ser submetido a audiência de custódia, nesta quinta-feira, 25.

"Nós vamos analisar os autos quando tivermos acesso, pois ainda corre sob segredo de justiça. Então não tenho conhecimento sobre a denúncia completa contra ela, mas a policial não tem qualquer envolvimento com crimes. Nessas situações, ela pode ter se tornado suspeita porque conhece pessoas que fazem parte da organização criminosa, mas ela não faz parte"

Mais cedo, o Sindicato dos Policiais Penais (Sinasppen) publicou uma nota na rede social onde desmente a declaração do homem preso, que se apresentou durante o flagrante como policial penal. Ele foi contratado pela Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) para prestar serviços na unidade carcerária.

"Hoje tivemos notícias da prisão de um prestador de serviço que trabalhou no sistema Prisional de Alagoas, que no momento da Prisão se identificou como Policial Penal, apresentando uma carteirinha fornecida por um 'sindicato' como se fosse um documento válido de identidade. Ocorre que primeiro, o cargo de 'guarda Prisional' NÃO EXISTE na estrutura orgânica de Servidores da Seris. Segundo que sindicatos não tem autonomia para emitir documentos de identificação, que prestadores de serviço utilizam para fingir que são policiais. Isso é crime e precisa ser combatido", postou o Sindicato.

Já a Seris respondeu que não coaduna com a conduta do suspeito e que já foi determinada a demissão do servidor.

A operação - De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os suspeitos já haviam se preparado para expandir o comércio ilegal de entorpecentes e armas para diversos outros bairros da capital, uma vez que esse mercado ilícito tem crescido consideravelmente. Foram identificadas 19 pessoas, todas envolvidas nos mais variados crimes, contendo inclusive indivíduos de dentro do sistema prisional e reeducandos que já haviam sido postos em liberdade. 

As forças de segurança cumprem 19 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão. E todos eles foram expedidos pela 17ª Vara Criminal. 

O nome de Rastro foi escolhido em decorrência da organização criminosa ser extremamente cuidadosa e deixar apenas pequenos vestígios de informações, sendo necessário para a equipe de investigação seguir e analisar esses fragmentos de dados para chegar aos conjuntos de provas. Participaram da operação policiais militares do Bope e da Rotam. Pela Policia Civil participam policiais do Tigre e da Dnarc.