Em um espetáculo visceral, repleto de questionamentos e incômodos, o projeto “Quinta no Arena” traz ao público “Geni Não Recomendada”, uma performance que une anos de processo e pesquisa com pautas extremamente atuais, encarnadas em cada um de seus atores. Geni vem aos palcos do Teatro de Arena na próxima quinta-feira (16), às 20:30h, apresentado pelo Coletivo ‘Não Recomendado’.
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"Um grito, uma denúncia do que passamos todos os dias, mas, ignoramos. Da quantidade de violências e preconceitos que a gente vive diariamente, de lutas que a gente não consegue travar, engolidos pela sociedade. Vai direto na veia e se torna muito mais reflexivo e transformador", descreve a atriz Angélica Louise.
Com classificação indicativa para maiores de 18 anos, o texto foi objeto de pesquisa para o trabalho de conclusão de curso do autor, formado em Teatro pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), David André, que também dirige o processo.
Ele conta que a inspiração na clássica personagem de Chico Buarque se expandiu para vários âmbitos, abraçando, no texto, diferentes protestos. “A inspiração para a construção do texto inicialmente eram os temas discriminação, preconceito e violência. Mas, no decorrer das pesquisas e laboratórios, o elenco foi se descobrindo dentro dessas pautas. Então trouxemos histórias reais dos(as) próprios(as) artistas em um texto performativo”, explica o autor.
Montado pela primeira vez em 2018, a primeira versão do espetáculo, coautoria de Saulo Porfírio, foi executada no pátio do Espaço Cultural da Ufal. Desde então, adaptado e transformado em Work in Progress até o momento da pesquisa, ‘Geni – Não recomendada’ reestreou em 2019, com uma nova roupagem, e esteve na programação do Festival de Artes Cênicas de Alagoas – FESTAL 2019, sendo encenado ainda em formato de rua pelo edital Lagoa Aberta/FMAC em 2020.
“A necessidade do espetáculo não é apenas mostrar a realidade das minorias, mas trazer à tona questões e pautas importantes, como violência contra mulher, homofobia, gordofobia, discriminação, entre outras pautas, e dar voz para todas as pessoas que foram colocadas nas margens de uma sociedade inflamada de preconceito e discriminação”, explica André.
Para o grupo, o texto pretende levar o espectador a questionar-se, dentro dos relatos entranhados em cada cenas. O espetáculo não traz soluções, mas inquieta atitudes frente ao que será exposto no palco. “É pegar todas as pautas derramadas em cena e jogar aos pés do público, os convidando para pensar”, conclui David André.
Além do próprio autor, o elenco é composto por Antônio Gueiros, Angélica Louise, Elaine Neto e Ton Farias. A produção executiva é de Lucas Carvalho e Dionizio. Iluminação: Aline Almeida. Sonoplastia: Josival Silva e Lucas Carvalho. Músicas de David André e Jaysllany Florêncio. Cenografia: David André. Maquiagem e Figurino: Coletivo.
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