Esperança e renascimento: criança alagoana com câncer raro recebe medula de doador do Canadá

Publicado em 26/06/2024, às 11h25
Melissa passou pelo transplante e já teve alta do hospital | Foto: Cortesia ao TNH1
Melissa passou pelo transplante e já teve alta do hospital | Foto: Cortesia ao TNH1

Por Eberth Lins

Quem se lembra da história da Melissa Beatriz, a Mel, filha única, diagnosticada no final do ano passado com leucemia? O caso da menina, moradora de Maceió, em Alagoas, gerou uma corrida contra o tempo. Os pais foram informados que tratava-se de um caso grave e com indicação emergencial para o transplante de medula. Desde então, familiares e amigos travaram uma corrida contra o tempo e transformaram a dor causada pela difícil notícia, em energia para criar uma campanha em prol da doação de medula óssea.

E deu certo! Passados mais de cinco meses, a alagoana conseguiu um doador compatível, no Canadá, e passou por um transplante. O procedimento, que durou mais de duas semanas, incluindo o período de condicionamento com quimioterapia e radioterapia, aconteceu no Real Hospital Português, em Recife, e Melissa teve alta médica nessa terça-feira (25).

Josiane Luna e a filha Melissa no tão esperando dia do transplante. Foto: Cortesia ao TNH1

Mãe da menina, a professora Josiane Luna conta que a esperança, fé e amor dos amigos e familiares têm sido fundamentais para condução do processo. "É uma emoção inexplicável. Passamos por tantas coisas difíceis nos últimos seis meses. Mas também tivemos muitas alegrias por cada etapa vencida. Uma imensa corrente de amor se formou em torno de nós e um novo ciclo, repleto de felicidade e esperança, está à nossa frente", disse emocionada, acrescentando que o transplante requer cuidados e que há uma progressão a ser alcançada.

"Ainda temos uma caminhada, alguns outros marcos para atingir, como o D30 e o D100. Ficaremos aqui em Recife por conta das frequências de consultas nesse início. Daqui a alguns meses ela começa a ser liberada aos poucos para sair de casa e depois de seis meses precisará iniciar o ciclo vacinal. Sabemos que teremos uma fase delicada até a pega medula e Mel precisará fazer acompanhamento por mais cinco anos. Mas tudo é permissão de Deus. Ele nos permitiu chegar até aqui e temos fé que a cura definitiva é só questão de tempo", complementou.

(Foto: Cortesia ao TNH1)
(Foto: Cortesia ao TNH1)
(Foto: Cortesia ao TNH1)
(Foto: Cortesia ao TNH1)
(Foto: Cortesia ao TNH1)

Doação veio do Canadá

Sem irmãos, a chance de Melissa encontrar uma medula compatível, assim como a população em geral, era de uma em cada cem mil habitantes. Para pacientes quem tem irmãos,  a chance de encontrar um doador compatível ́é de 25%

No caso da Melissa, a compatibilidade foi identificada em uma doadora canande. "A gente só poderá conhecer a doadora após quase dois anos da doação, caso ela queira. Após um ano, poderemos receber mensagem anônima dela. O que sabemos é que é uma moça do Canadá e que ela tem 20 anos", explicou Josiane Luna.

"Eu espero que essa fase do processo de cura da Mel sensibilize ainda mais pessoas a serem doadores voluntários. E aqueles que não podem doar, que influencie outras pessoas a se tornarem doadores", finalizou.

Melissa foi diagnosticada com leucemia em dezembro de 2023, após a família iniciar uma investigação clínica. Dias antes do diagnóstico, a menina passou mal e se mostrou indisposta fisicamente para apresentação de ginástica rítmica na escola onde estuda, em Maceió.

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