O meia Nathan, atualmente no Grêmio, é mais um dos jogadores citados em prints da investigação do Ministério Público de Goiás (MP-GO), na Operação Penalidade Máxima II, que investiga um esquema de manipulação em situações de jogos do futebol brasileiro. Não há conversas com participação do jogador, mas o nome dele aparece em conversas entre integrantes da quadrilha por WhatsApp.
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De acordo com as mensagens, em setembro de 2022, Nathan, à época no Fluminense, seria pago para receber um cartão amarelo na partida contra o Fortaleza, no Maracanã, pelo Brasileirão. Porém, ele sequer entrou em campo, o que revoltou os apostadores.
A informação foi divulgada pelo jornal "O Globo" e confirmada pelo ge. Segundo a conversa entre os apostadores, Nathan receberia R$ 70 mil para levar cartão no jogo, sendo metade da quantia antecipada.
Nos prints, os apostadores afirmam que o pagamento antecipado foi feito por intermédio de Polidoro Junior, zagueiro que já atuou no São Paulo: "Pix feito, rapaziada". No comprovante, é possível ver a quantia de R$ 35 mil. Só que Nathan acabou não entrando em campo por opção de Fernando Diniz.
Em outra conversa, os apostadores se mostram indignados com o treinador do Fluminense. "Mano, o Diniz meteu o louco, mudou o time no vestiário e sacou o Nathan", diz um dos integrantes da quadrilha.
Nos prints, os apostadores também alegam que Nathan tinha dito que seria titular, o que acabou não acontecendo. Ao longo da partida, os apostadores ainda torcem para que ele entre em campo. Fernando Diniz, porém, coloca Martinelli após Cano marcar o segundo gol do Fluminense, que venceu o jogo por 2 a 1, o que faz os apostadores afirmarem que Nathan teria que se responsabilizar com a frase "vai ter que arcar".
Nathan teve o empréstimo encerrado com o Fluminense no final de 2022. O jogador era aguardado no CT Carlos Castilho este ano, após encaminhar um novo empréstimo, mas sumiu. Nathan optou em cima da hora por não seguir no Rio de Janeiro, e retornou para o Atlético-MG. Após um período no clube, foi vendido para o Grêmio.
O ge procurou Nathan, Fluminense e Grêmio, que ainda não se manifestaram sobre o caso. Se houver posicionamento, esta reportagem será atualizada.
Entenda o caso - O Ministério Público de Goiás fez uma nova denúncia sobre manipulação de jogos no futebol brasileiro. Estão sob investigação partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, além de confrontos dos estaduais que aconteceram neste ano.
São pelo menos 20 partidas sendo analisadas pelo MP. A nova denúncia foi feita a partir da busca e apreensão de equipamentos em fases anteriores da Operação Penalidade Máxima e já foi acatada pela Justiça, que já tornou réus 16 pessoas investigadas.
Os clubes e casas de apostas são tratados como vítimas.
Os casos investigados envolvem apostas para lances como punições com cartões amarelo ou vermelho e cometer pênaltis. Bruno Lopez de Moura, apostador que havia sido detido na primeira fase da operação, é visto pelo MP como líder da quadrilha no esquema de manipulação de resultados.
Na fase anterior da operação, alguns jogadores foram alvos de uma operação de busca e apreensão: os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, Kevin Lomónaco, do Bragantino, Paulo Miranda, ex-Juventude, e Eduardo Bauermann, do Santos, os laterais-esquerdos Igor Cariús, do Sport, e Moraes, ex-Juventude e hoje no Atlético-GO, e o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS.
Na fase atual, foram adicionados os nomes dos volantes Fernando Neto, ex-Operário-PR e hoje no São Bernardo, e Nikolas, do Novo Hamburgo-RS, e do atacante Jarro Pedroso, do Inter-SM.
O MP-GO pede a condenação do grupo envolvido na manipulação, além do ressarcimento de R$ 2 milhões aos cofres públicos por danos morais coletivos.
O que é a operação Penalidade Máxima? As investigações começaram no final do ano passado, depois que o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time – sem sucesso.
A história então vazou e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, ele próprio um policial militar, investigou o caso e entregou as provas para o Ministério Público de Goiás. A primeira denúncia, feita há dois meses, indicava que havia três jogos suspeitos na Série B do ano passado. Mas, como o ge publicou, havia a suspeita de muito mais jogos, em várias competições, o que faria a operação se tornar nacional. Foi o que aconteceu. As suspeitas agora chegaram à Série A.
Oito jogadores de diferentes clubes foram denunciados pelo Ministério Público e viraram réus por participarem do suposto esquema.
São eles: Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
Eles estariam envolvidos no esquema de cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina. Isso só não aconteceu na partida entre goianos e pernambucanos, já que Romário e Gabriel Domingos não jogaram.
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