Ano após ano, é comum que o dia 1º de abril seja marcado por pegadinhas e brincadeiras. Isso porque a data é conhecida em muitos países com o Dia da Mentira.
Além das brincadeiras entre amigos, grandes marcas e até veículos de comunicação já utilizaram a data para pregar peças.
Dia das “fake news” - Alguns veículos jornalísticos já decidiram brincar com a data e criar “fake news” para enganar os leitores e espectadores. Algumas das mais notáveis foram criadas pela “BBC”, rede de notícias pública do Reino Unido.
Em 1980, o canal gerou revolta no público ao anunciar que o relógio mais famoso do mundo, o Big Ben, seria substituído por um relógio digital e rebatizado como “Digital Dave”. A piada gerou revolta em alguns espectadores britânicos, que ficaram insatisfeitos com as mudanças no patrimônio nacional e enviaram reclamações à emissora.
Em 1º de abril de 1992, a “National Public Radio (NPR)”, dos Estados Unidos, anunciou que o ex-presidente Richard Nixon se candidataria novamente ao cargo político mais alto do país.
A notícia causaria menos alarde caso qualquer outro nome tivesse sido anunciado, mas Nixon havia sido deposto em 1974 após o longo escândalo político conhecido como Watergate. Para completar a pegadinha, o anúncio foi feito na rádio por Rich Little, um comediante que imitou Nixon.
O Sino da Liberdade é um marco histórico da cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, nos Estados Unidos: ele foi usado para convocar os cidadãos da Filadélfia para a primeira leitura pública da Declaração de Independência do país em 1776.
Em 1º de abril de 1996, a rede de fast food Taco Bell anunciou em grandes jornais como o “Philadelphia Inquirer”, o “New York Times” e o “Washington Post”, que havia comprado o monumento para ajudar a “reduzir a dívida nacional”.
Em 2008, a “BBC” lançou em 1º de abril um vídeo que mostrava uma suposta nova espécie de pinguins que teria a capacidade de voar. A pegadinha divertiu os espectadores e ainda é lembrada por muitos no Reino Unido.
História - Apesar de existirem algumas versões da origem do Dia da Mentira, a mais popular afirma que a consagração se deu no ano de 1582, quando o calendário juliano foi substituído pelo calendário gregoriano, que usamos até os dias de hoje – e os franceses seriam os culpados.
No calendário antigo, o Ano-Novo era comemorado a partir do dia 25 de março, início da primavera no Hemisfério Norte, até o dia 1º de abril. Esse sistema, no entanto, não considerava a translação da Terra (movimento que o planeta faz ao redor do Sol), e gerava defasagens consideráveis nas datas.
Em 1582, no Concílio de Trento, importante reunião da Igreja Católica, o Papa Gregório XIII sugeriu a atualização do calendário, criando-se assim o atual, que estabelece o primeiro dia do ano em 1 de janeiro.
Uma parte da população francesa, insatisfeita com a mudança, teria decidido não seguir a nova ordem, e mantiveram a festa como era antes. Esse ato os transformou em alvo de zombaria por parte do restante da sociedade, que passou a chamá-los para festas inexistentes de Ano Novo e caçoar da celebração.
No Brasil, o primeiro registro de destaque da comemoração da data aparece em 1828, quando o jornal impresso mineiro “A Mentira” trouxe falsamente em sua primeira edição a morte de Dom Pedro I – em 1º de abril.