— Numa mesma plantação de cacau você pode ter furtos com mais ou menos Teobromina, assim como podem variar as concentrações de cafeína de um para o outro. Vai depender do modo de produção e desenvolvimento do fruto — explica o professor de química Alisson Sant' Ana Rodrigues.
‘Em adultos saudáveis, os efeitos do consumo dessa substância podem durar até sete horas no organismo. Se ingerido em excesso, em torno de 25 a 30 miligramas por quilo, pode causar náusea, dor de cabeça e tremores. Mas a substância não é capaz de provocar alucinações, segundo Sant' Ana.
Foi tentando descobrir a real concentração de cacau presente no chocolate industrial que Rodrigues descobriu a teobromina. A partir dessa descoberta, ele decidiu investigar os níveis de concentração da substância presentes no chocolate. A pesquisa foi tema do trabalho de conclusão de curso de graduação em Licenciatura em Química apresentado na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), no ano passado.
Da família dos alcaloides, responsável por dar o gosto amargo ao cacau, a substância é normalmente encontrada no fruto theobroma cacao, o cacau. Por isso, está presente no chocolate, o alimento mais consumido do mundo. Como o consumo de chocolate é de fácil acesso para o consumidor, acaba sendo a principal fonte de teobromina.
O professor explica que ainda há poucos estudos científicos no Brasil e no exterior sobre os efeitos da teobromina no organismo humano, mas já se sabe que a substância age no cérebro bloqueando os receptores de adenosina, deixando a pessoa mais alerta e, ao mesmo tempo, mais calma. Ao contrário da cafeína, que é estimulante.
Sant' Ana, que até hoje não experimentou a bebida feita a base de cacau, destaca que o ritual é milenar e fazia parte da cultura de civilizações mesoamericanas que, por volta de 1900 antes de Cristo, cultivavam e preparavam as sementes de cacau. A bebida era utilizada em cerimônias religiosas e eventos da realeza. E já, naquela época, apesar do amargor, era considerada revigorante.
— Estas civilizações acreditavam que o cacau era um alimento sagrado dado aos humanos pelos deuses — conta. — Tenho curiosidade para saber o que eu sentiria. Seria até interessante para tentar relacionar a minha pesquisa aos efeitos provocados pela bebida.
Segundo a terapeuta Marília Lins, o princípio ativo do cacau ativa o chacra cardíaco.
— Cada gole de cacau é um convite para uma jornada interna profunda, onde você pode liberar bloqueios emocionais, curar feridas antigas e abraçar sua verdadeira essência com coragem. A pessoa fica mais criativa, mais compassiva, mais amorosa. Nesse sentido, o cacau é um potencializador — explica.