Em um período de três anos, a rede estadual alagoana passou por uma grande transformação, com investimentos em infraestrurura, incentivo ao protagonismo juvenil, fomento à inovação, descentralização de recursos e busca por melhorias na qualidade de ensino. Dentre estas ações, um dos principais destaques é o Programa Alagoano de Ensino Integral (Palei). Contemplando quase 12 mil estudantes, o projeto chama atenção por unir jornada ampliada de estudos com uma formação abrangente e humanística, fazendo com que o estudante detenha uma gama diversificada de conhecimentos.
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“Quando começamos o projeto, em 2015, tínhamos apenas uma unidade de ensino nesta modalidade, a Escola Estadual Marcos Antônio. Esta experiência foi tão bem sucedida que, este ano, já são 50 escolas em todo o estado de Alagoas, um sistema onde o jovem tem uma formação integral, agregando educação, cultura, esporte e lazer”, declara o secretário de Estado da Educação, Luciano Barbosa.
Expansão - Em Maceió, 18 unidades de ensino da rede estadual oferecem o regime integral tanto para o ensino médio como para o fundamental. Uma delas é a Escola Estadual Geraldo Melo dos Santos, no Conjunto Graciliano Ramos. Ofertante da modalidade desde 2016, a unidade de ensino é uma referência na região, atraindo alunos também de áreas como Gama Lins e Benedito Bentes.
A cada ano, a procura por vagas cresce e, de acordo com a diretora-geral, Irineide de Araújo, o número de turmas de ensino integral passou de cinco no primeiro ano para 13 turmas este ano. Atualmente, 481 alunos estudam neste regime.
“Nossa escola é bastante atrativa. Nós temos a banda fanfarra, o Gerarte, projeto pedagógico de leitura, música e arte. Todos os espaços estão ocupados com alguma atividade, com ofertas eletivas ou projetos integradores. Os alunos cuidam da escola como seu patrimônio, como se fosse uma família”, diz.
Na unidade de ensino, são oferecidos cursos profissionalizantes de montagem e manutenção de computadores, produção de eventos, marketing e recursos humanos. Além disso, os estudantes têm mais de dez opções de disciplinas eletivas como robótica, leitura e produção de texto e estudo da dança espanhola.
Alunos apaixonados - Os alunos da Geraldo Melo têm um nome para denominar todos que fazem parte da comunidade escolar: Família GMS. De acordo com Laura Beatriz Rodrigues, estudante da 1ª série, a “família” cresceu depois da mudança para o ensino integral.
“Toda minha turma mudou. Antes, alguns alunos não levavam os estudos tão a sério, mas, agora, a carga horária maior nos fez entender que estamos no ensino médio e precisamos focar. Além disso, eu quero fazer Medicina e essa rotina de estudo vai me ajudar”, aposta.
Lucas Ananias, da 2ª série, diz que a modalidade traz excelentes perspectivas. “O ensino integral vai mudar minha vida, pois, quando eu terminar o ensino médio, saio com um curso técnico, uma profissão. Mas não é só isso, as disciplinas eletivas me ensinaram muita coisa. Sairei daqui preparado para vida”, afirma o jovem.
Parcerias – Em Arapiraca, são três unidades da rede estadual ofertando ensino médio integral. Na Escola Estadual Izaura Antônia de Lisboa, a busca por parcerias, um acompanhamento pedagógico minucioso e aulas atrativas têm sido a marca da modalidade.
“Buscamos ofertar um ensino integral com a cara de Arapiraca, preparando os alunos para ingressar tanto no mercado de trabalho como no ensino superior. Procuramos empreender diversas parcerias com instituições educacionais como a Ufal, Ifal e orgãos públicos”, explica o coordenador pedagógico José Clebson dos Santos.
A diretora-geral Ana Valéria Peixoto Oliveira comemora o aumento do número de matrículas no período de um ano – em 2018, foram 260 alunos a mais do que no passado – e atribui este resultado ao trabalho feito com os alunos.
“Fazemos um acompanhamento minucioso. Quando alguém falta mais de três vezes, procuramos a família para saber o que está acontecendo. Buscamos oferecer uma formação com qualidade para o nosso estudante e conseguimos reduzir a reprovação para 6% e a evasão para 3%”, destaca Ana Valéria, que foi secretária de Educação de Arapiraca por quase oito anos.
Maria Beatriz Pereira e Gabriel Soares integram a turma pioneira do ensino integral, iniciado em 2016. Hoje na 3ª série, eles enumeram as vantagens da modalidade de ensino. “Nossa escola é diferenciada, as aulas são atrativas e os professores buscam sempre o melhor para nós”, pontua Beatriz. Já Gabriel diz que o sistema proporciona uma formação mais abrangente. “Aqui, nunca perdemos, só ganhamos. Além disso, criamos laços de família, pois passamos maior parte de nosso tempo na escola”, declara.
Próximos projetos - Ana Valéria já adianta algumas novidades para 2018 na Escola Izaura Antônia de Lisboa. “Uma vez por mês levaremos alunos para a Ufal para conhecerem os cursos lá oferecidos. Teremos ainda outra parceria com a universidade, com uma turma tendo um acompanhamento específico com atividades complementares. Além disso, teremos um curso de inglês para alunos e pessoas em vulnerabilidade e uma parceria com o Ifal para um curso de montagem e manutenção de computadores”, adianta.
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