O empresário Joel Juvêncio Albino, de 63 anos, sobrevivente do acidente entre um barco e uma moto aquática Jet Ski, na Lagoa Mundaú, no último dia 24 de fevereiro, foi ouvido na última terça-feira, 14, pela delegada Liana Franca, que está à frente das investigações. O TNH1 teve acesso, nesta quinta-feira, 16, ao depoimento da vítima na íntegra e o sobrevivente destacou que, com a distância entre as embarcações, o piloto do Jet Ski tinha a possibilidade de desviar do barco ocupado por ele e pelos dois funcionários.
LEIA TAMBÉM
Joel Juvêncio, que é o proprietário do "Bar do Joel", localizado às margens da lagoa, ficou mais de duas semanas internado em hospital. Ele e mais dois funcionários pescavam em um barco, quando foram atingidos pelo Jet Ski conduzido por Lucas Teixeira, um PM de Pernambuco. Os trabalhadores, identificados como José Cícero da Silva e Benedito dos Santos, morreram em consequência da gravidade dos ferimentos.
Joel foi ouvido pela delegada em uma residência de familiares, pois ele ainda se recupera dos ferimentos causados pelo acidente. Durante depoimento, Joel, que ficou inconsciente após a colisão, disse que era por volta das 15h40 daquele sábado (24), quando ele e os funcionários navegavam por um "retão", nas proximidades de uma marina, na Lagoa Mundaú, em um barco estilo bote, de alumínio.
Na sequência, Joel conta que foi ultrapassado por uma lancha, que navegava em sentido contrário ao dele e, logo atrás dessa embarcação, surgiu um indivíduo conduzindo o Jet Ski — que seria o PM que colidiu frontalmente com a embarcação em que Joel e os funcionários estavam.
O empresário também contou à polícia que estava há cerca de 50 metros de distância da lancha e que o surgimento da moto aquática aconteceu de forma inesperada. Ainda segundo Joel, após a colisão, todos os ocupantes do bote caíram na água, momento em que ele teria perdido a consciência. Perguntado se o condutor da moto aquática teria prestado socorro, Joel disse que não se recorda de quem prestou assistência às vítimas, mas que tinha conhecimento de que todos foram socorridos.
O sobrevivente também foi questionado pela delegada sobre a velocidade do Jet Ski no momento do acidente, porém ele não soube dizer e confirmou que a embarcação dirigida por ele não tinha marcador de velocidade. Joel ainda explicou que, no momento em que a lancha passou pela embarcação conduzida por ele, o condutor teria se "descuidado" com um ponto cego provocado por essa ultrapassagem.
O empresário finalizou o depoimento dizendo que, pela distância em que estava da lancha, dava para o PM Lucas Teixeira visualizar o barco dele e desviar da embarcação.
Conclusão do inquérito - Em entrevista à reportagem do TNH1, a delegada Liana Franca, titular do do 17º Departamento Policial (17º DP), disse que aguarda o laudo da reprodução simulada feita pela Marinha para a conclusão do inquérito. A delegada ainda disse que outras testemunhas, que também foram apresentadas pela Marinha, serão ouvidas nos próximos dias.
PM envolvido em acidente na lagoa responde por disparo de arma de fogo em casa de show - O policial militar de Pernambuco, Lucas Teixeira, que conduzia o jet ski envolvido no acidente que deixou dois mortos e um ferido na Lagoa Mundaú, já responde a um processo na Justiça Alagoana. Informações obtidas pelo TNH1 apontam que Teixeira foi indiciado por disparo de arma de fogo em via pública, no estacionamento de uma casa de shows em Ipioca no dia 15 de janeiro de 2022.
De acordo com o relato que consta no Boletim de Ocorrência, o militar efetuou um tiro para cima após uma discussão motivada por ciúmes de sua esposa, que também é policial militar. O fato ocorreu durante um evento na casa de shows. O disparo foi efetuado de uma pistola calibre .40 e teria colocado em risco dezenas de pessoas.
+Lidas