Emocionado, Gabriel se despede do CRB: "Agradecimento e respeito à camisa"

Publicado em 05/12/2017, às 17h17

Por Redação

Anunciado pelo CRB no dia 3 de fevereiro de 2014, o zagueiro Gabriel se despediu do clube após quatro temporadas. Aos 34 anos, o jogador enxergou a necessidade de mudança, assim como o Regatas e não teve o contrato renovado. Em entrevista ao canal oficial do CRB no Youtube, Galo TV, Gabriel se emocionou ao lembrar do jogo contra o Paraná, o último com a camisa alvirrubra. 


"[Era a despedida] Sentia porque já tinha falado para minhas filhas que seria a última vez que eu estaria jogando ali. Foi [especial]. Eu queria ter terminado com chave de ouro. Estava me despedindo, até então ninguém sabia, somente minhas filhas, esposa e meus pais. Falei que seria meu último jogo pelo clube, que eu não iria permanecer. Acho que é o momento que eu sentia que precisava viver outra situação e independente do que aconteceu durante o ano, durante os jogos, eu estava sempre com a cabeça tranquila e a consciência tranquila de que eu tinha feito tudo correto. Sempre respeitei todo mundo".

"O torcedor é muito emoção. Acostumou com grandes jogos, grandes conquistas. Às vezes não fiz a melhor partida, mas também são situações que fogem do nosso controle. Fiquei muito feliz de poder terminar o meu ciclo e deixar o CRB na Série B. Espero que o CRB, num futuro bem próximo, consiga seu objetivo que é subir para a Série A", discursou o zagueiro, que não conteve as lágrimas.


Duelo contra o Paraná, pela 37ª rodada da Série B, marcou o último jogo do zagueiro pelo CRB (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

Em quatro temporadas, Gabriel participou do acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2014, esteve presente nas duas melhores campanhas do Alvirrubro na Série B nos anos de 2015 e 2016 e conquistou o tricampeonato alagoano (15/16/17). Segundo dados do historiador Walney Padilha, o defensor atuou em 149 partidas neste período.  

"O que vivi aqui, acho que não vivi em outro clube. Quatro temporadas, cada ano você marcando sua história. Não são todos os jogadores que conseguem manter um longo tempo dentro do clube. E aqui foi onde me identifiquei muito. Lembro até hoje que minha primeira conversa com o presidente [Marcos Barbosa] foi que eu queria colocar o CRB na Série B novamente. Era o primeiro projeto. Eu nem imaginava que o CRB tinha planos de construir o seu CT e que eu iria fazer parte dessa reconstrução também. Até esse momento tem sido de alegria, agradecimento, respeito a essa camisa, é uma camisa muito forte", declarou. 

Após um segundo turno turbulento na Segundona deste ano, o Regatas passa por reformulação no elenco. O técnico Mazola Jr. adiantou que pretende "oxigenar" o vestiário da equipe. A diretoria confirmou apenas quatro renovações para 2018 e liberou boa parte dos atletas. 

Veja outros trechos da entrevista de Gabriel. 

Gol e acesso contra o Madureira

"O primeiro não tem como deixar de falar. Aquilo ali vai ficar marcado para o resto da minha vida. Vai ficar para a história. É um acesso que você conquista pelo clube em um momento difícil, porque a gente tinha acabado de perder o estadual [para o Coruripe]. E logo em seguida encarar uma Série C e buscar o acesso. O gol naquele momento contra o Madureira. Minha esposa sempre falava: "Tenho esse desejo de você fazer um gol numa final ou numa situação onde dê uma classificação para o CRB". Aconteceu num momento muito importante. Um ano antes eu tinha operado o joelho e estava sem jogar. O CRB abriu as portas para mim. Não tenho nem palavras para agradecer. Toda vez que encontro torcedores, agradeço, independente da situação".

Jogos marcantes 

"Teve outros momentos também. Gol no clássico [contra o CSA, pelo Alagoano de 2015]. Teve o jogo contra o Vasco em São Januário [Pelo Brasileiro de 2016], a vitória sobre o São Paulo na Copa do Brasil [2015]. Esse jogos marcaram bastante, foram jogos em que talvez o CRB não era o favorito naquele momento e acabou surpreendendo a todos. Mostrou a força que o CRB tem diante da sua torcida. O tricampeonato [alagoano]. Pude participar dos três últimos [15/16/17]. Todas as braçadeiras que usei nas finais estão guardadas em casa, exceto a de 2015. Colocarei num quadro essas lembranças e guardarei. Vai ficar eternizado".

Frustração

"O primeiro projeto era a Série B. A gente conseguiu subir. Mas um gosto que ficou e passou muito perto, acho que foram pequenos detalhes e que escapou na nossa mão. Terminamos a Série B de 2016 não devendo nada para nenhum clube. Questão de pontos, uma derrota ou outra ali, escapou e ficou esse gosto. Acho que perdemos o nosso acesso no jogo em casa contra o Paysandu, perdemos de 1 a 0. Ali foi um balde de água fria. Acabou escapando da minha mão. Hoje o CRB se for para a Série A, vai na mão de outros jogadores, não vou poder estar jogando, mas vou torcer para que isso aconteça".

Tri Alagoano

"Conquistar um título em cima do maior rival, a torcida deles lá presente e fazendo festa, achando que ia dar para ser campeão. Mas nossa equipe, nesses dois jogos da final, estava muito confiante pelo que apresentou nos outros jogos contra eles. Eu sentia dentro de mim que era uma coisa que não ia escapar. Era um sonho que eu tinha de levantar o troféu, poder conduzir meus companheiros a gritar "é campeão", dar a volta olímpica. Extravasar naquele momento".


Gabriel foi o capitão do CRB no título do tricampeonato alagoano (Foto: Pei Fon / Portal TNH1)

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