Em sua edição desta terça-feira (31) a “Tribuna de Alagoas” levanta uma hipótese aparentemente impossível, pelas circunstâncias atuais, mas perfeitamente viável, considerando que o assunto é política.
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O jornal coloca a possibilidade de o senador Renan Calheiros (MDB/AL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), fazerem dobradinha em 2026 na disputa das duas vagas a serem disputadas para o Senado – a outra é de Renan Calheiros Filho (MDB/AL), que tem mandato até 31 de dezembro de 2030.
Segundo a matéria, a iniciativa em favor da aliança teria sido do deputado, atendendo ao interesse do presidente Lula (PT), que gostaria de ver as duas maiores lideranças políticas de Alagoas na atualidade juntas no Senado, a partir de janeiro de 2027.
Aparentemente é uma chance bastante remota, mas a política alagoana registra precedentes de adversários tradicionais fazerem as pazes.
Por exemplo, em 1985 o então deputado federal Fernando Collor era filiado ao PDS e integrava o mesmo grupo político de Divaldo Suruagy e Guilherme Palmeira, que tinha no PMDB o adversário comum em Alagoas.
Pois Collor, iniciando o afastamento de Suruagy e de Guilherme e pavimentando uma candidatura ao governo do Estado em 1996 (enfrentou e derrotou o próprio Guilherme), apoiou abertamente a candidatura de Djalma Falcão a prefeito de Maceió, pelo PMDB.
Djalma Falcão foi eleito e Fernando Collor se cacifou politicamente para chegar ao cargo de governador e – numa jornada histórica – se eleger para a Presidência da República, em 1989.
Uma outra manobra também aparentemente improvável aconteceu em 1990, quando Fernando Collor, já no Palácio do Planalto, apoiou e viabilizou a vitória do seu adversário ao governo estadual em 1986, Guilherme Palmeira, na única vaga para Senado Federal.
A partir de episódios como esse, não pode ser considerada impossível uma aliança dos hoje adversários Renan Calheiros e Arthur Lira.
Repetindo uma frase atribuída Euclides Mello, que já foi vereador, deputado estadual deputado federal e senador: “Em política só não vi boi voar”.
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