Edital Imprensa Oficial Graciliano Ramos seleciona livros inéditos

Publicado em 16/10/2017, às 21h19

Por Redação

Um dos mais esperados e concorridos editais públicos promovidos pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos está com o período de inscrições aberto: trata-se do Edital para Publicação de Obras Literárias 2018. Até 30 de outubro, o escritor alagoano, ou radicado em Alagoas, pode candidatar o seu livro no processo público seletivo, desde que a obra que mantém guardada seja inédita. A partir deste ano as inscrições estão sendo realizadas exclusivamente pela internet, no site da editora (http://www.imprensaoficialal.com.br/obras-literarias-edital-2018/). Lá também é possível conhecer as regras e contrapartidas do edital.

Com 58 obras lançadas desde sua criação, em 2012, o Edital para Publicação de Obras Literárias, vem dando a oportunidade para o surgimento de novos talentos na literatura alagoana. Por ele já passaram escritores de renome como Dirceu Lindoso, Fernando Fiuza e Sidney Wanderley. Contudo o principal mérito deste processo seletivo é o de publicar escritores estreantes que concorrem em pé de igualdade com os escritores consagrados. No total, 51 autores já foram publicados pelo edital, sendo que alguns mais de uma vez como Mateus Magalhães, autor de Malu e a Bagaceira (2016), e Quem Tabelar com Toni Ganha um Fusca (2015); Marlon Silva, autor de Ocre Barro (2017) e Vil e Tal (2015); Magno Almeida, autor de Composição Além Vértebras (2016) e Pelos Poros e Pequenos Apelos (2015); e Isaac Bugarim, autor de Baile Catingoso (2017) e Agrafia (2015).

“Vale ressaltar que o Edital para Publicação de Obras Literárias é também um dos mais abrangentes entre os promovidos pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos. Nele é possível concorrer com livros de praticamente todos os gêneros literários, entre eles, crônicas, contos, romances, ensaios, cordel, grande reportagem... Mas a campeã de inscrições é sempre a poesia”, afirma Patrycia Monteiro, coordenadora editorial da Imprensa Oficial Graciliano Ramos, mencionando que neste edital só não é possível concorrer com livros infantis, tendo em vista que há um edital específico, lançado a cada dois anos, que seleciona cinco obras para a coleção Coco de Roda.

Segundo ela, no último processo seletivo do edital para Publicação de Obras Literárias foram registradas 101 inscrições, das quais foram selecionadas 15 obras, lançadas recentemente durante a programação da editora na 8ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Um dos maiores sucessos entre esses lançamentos foi o livro Vá Pra Cuba – A Cuba que Vi, Ouvi e Senti, do professor de Geografia Marcos Damasceno cuja tiragem inicial foi quase esgotada nos oito dias de realização do evento literário.

No último edital, sete dos 15 escritores selecionados realizaram o sonho de publicar o primeiro livro. Foram eles: Geovanne Otávio Ursulino, autor de Como Num Inferno para Marinheiros (poesia); Igor Machado, autor de Pausas Corrompidas (poesia); Jô Saulo, autor de Qualquer Curva que me Leve sem a sua Linha Reta (poesia); Lael Correa, autor de Azul Para Viagem e Outros Escritos Cênicos (teatro); Lilian Lessa, autora de Livro D’Água (poesia); Sebage, autor de Álbum de Família (poesia); e o próprio Marcos Damasceno, autor de Vá Pra Cuba – A Cuba que vi, ouvi e senti (não ficção).

“Já havia participado de coletâneas, mas nunca tive um livro pra chamar de meu”, conta o ator e diretor de teatro Lael Correa. De acordo com ele, Azul Para Viagem e Outros Escritos Cênicos foi construído ao longo de alguns anos, reunindo textos independentes entre si. “A fonte de inspiração é a arte, a cena, o diálogo entre a realidade e a representação. Os resultados são imprevisíveis, pois entre literatura e o drama há mais mistérios do que supõem os atores e os editores”, diz divertidamente, mencionando que cultiva o desejo que publicar novos títulos em breve. “Tenho duas obras praticamente concluídas, um livro de contos e um romance. Também estou reunindo e reelaborando textos críticos sobre a arte alagoana – uma parte se compõe de artigos que publiquei em jornais, e outra de textos inéditos, num exercício ensaístico sobre as mais diversas vertentes artísticas na produção contemporânea de Alagoas”, conta.

Outro autor estreante que despontou durante a 8ª Bienal do Livro de Alagoas foi o historiador e poeta Geovane Ursulino, editor da revista Alagunas. De acordo com ele, a publicação de Como Num Inferno para Marinheiros se deu após anos de rascunhos de ideias no papel. “Quando era criança costumava ler e escrever sobre coisas que me interessavam. Com o passar dos anos, percebi que isso começou a precisar duma maior seriedade. Penso que daí surgiu essa vontade de ser escritor, da necessidade que surgiu, em mim, de conseguir perceber determinadas coisas do mundo pela literatura”, relembra. Para ele, o primeiro livro publicado finaliza um ciclo de experimentação de escrita.

Gostou? Compartilhe