4,6 milhões de reais. Esse foi o montante de dinheiro que representou o volume de drogas apreendidas em Alagoas de janeiro a agosto deste ano. A "economia" do tráfico no estado deixou de movimentar um valor equivalente a um mês de repasse do Bolsa Família a mais de 20 mil beneficiários.
LEIA TAMBÉM
Ao todo, a polícia apreendeu pouco mais de meia tonelada a mais de drogas que no mesmo período de 2016, quando bateu recorde de apreensão de drogas.
Este ano, o recorde deve se repetir. “Até o ano de 2014, se apreendia até uma tonelada e meia ou duas toneladas de drogas em Alagoas, em média. Em 2015 esse número subiu. Cresceu de novo em 2016, quando batemos o nosso recorde. É quase certo de que este ano deveremos, de novo, aumentar esses números”, afirmou o titular da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN), Gustavo Henrique.
Veja a tabela comparativa:
A ação da polícia tem obtido êxito por conta da intensificação do combate e repressão ao tráfico e à integração das polícias Civil e Militar. No entanto, provocou a mudança estratégica de comportamento de traficantes no estado.
“No final do ano passado fizemos, de uma única vez, uma apreensão de uma tonelada de maconha. Em outra oportunidade, apreendemos 25 quilos de crack e cocaína de uma só vez. Então o que notamos? Os próprios traficantes estão evitando movimentar grandes quantidades de drogas de uma única vez, ou seja, eles têm trazido cargas maiores para estados vizinhos, como Sergipe e Pernambuco e de lá eles mandam para cá em quantidades menores”, explicou.
Participação da população
O titular da DRN ressaltou a participação da população, através dos telefones de emergência, o 190, e o disque denúncia, 181, para o combate ao tráfico em Alagoas. Gustavo Henrique avalia que a partir do momento em que a população vê aumentar a apreensão e percebe que o criminoso não tem como saber quem denuncia, o número de denúncias aumenta.
Para ele, estancar definitivamente o comércio de drogas em Alagoas é uma utopia, uma vez que o governo federal ainda não consegue evitar que os entorpecentes entrem no Brasil. Além disso, o delegado aponta a política carcerária do Brasil como um facilitador da manutenção de estruturas criminosas dentro dos presídios.
“Por exemplo, os dois indivíduos que comandam o tráfico no Jacintinho e na Grota do Moreira estão presos. Um foi preso em 2008 e o outro em 2011. Eles estão no Sistema Prisional, e já respondem a outros crimes que ocorreram com eles lá dentro. O ideal seria a redução do contato do preso com o meio externo, já que impedir totalmente é impossível, uma vez que a lei permite esse contato”, concluiu.
+Lidas