Na postagem anterior deste blog registramos: “O Caso Braskem e sua inevitável abordagem na campanha eleitoral deste ano em Maceió”.
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Pois a questão foi abordada na manhã desta segunda-feira, reforçando a informação, pelos jornalistas Graciliano Rocha e Pedro Canário, no portal UOL.
Eis o texto:
“O acordo de compensação de R$ 1,7 bilhão à Prefeitura de Maceió pela Braskem é o mais novo capítulo da guerra política entre o senador Renan Calheiros (MDB) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), os chefes das famílias mais poderosas da política alagoana.
Os recursos que entram no caixa administrado pelo prefeito João Henrique Caldas, JHC (PL), aliado de Lira, podem se transformar em vitrine de campanha e quebrar a hegemonia dos Calheiros no governo do Estado.
Pelo acordo, segundo o prefeito, a companhia já repassou R$ 700 milhões – dinheiro usado para comprar um hospital privado de 200 leitos e transformá-lo em público, obras de infraestrutura e ampliação das vagas em creches da Prefeitura. O restante, R$ 1 bilhão, deve chegar ao caixa da Prefeitura até 2025.
JHC deve disputar a reeleição no município este ano e é cotado para ser o nome do grupo de Lira ao governo do Estado em 2026. O provável adversário seria o ministro dos Transportes, Renan Filho, que governou o Estado entre 2015 e 2022. Lira e Renan poderão se enfrentar na disputa para o Senado.
Em dezembro, Lula tentou arbitrar um acordo entre os Renan e Lira, reunindo-se com eles em Brasília, mas pouco adiantou. Renan conseguiu encampar a criação de uma CPI no Senado. Na próxima quarta (21), uma reunião em Brasília deve selar o destino da comissão.
A direção da empresa e a Novonor – holding da família Odebrecht que controla a Braskem – temem que a CPI provoque danos e derrube o valor da empresa. A Petrobras é sócia da petroquímica.
Credores que detêm ações da petroquímica como garantia de empréstimos também não são entusiastas de uma investigação parlamentar quando o prejuízo com o colapso das minas e indenizações já está precificado em balanço. A Braskem afirma ter reservado R$ 14.4 bilhões para lidar com as consequências do afundamento de terras em cinco bairros de Maceió. Mais de R$ 9 bilhões já foram desembolsados desde 2020, segundo a companhia.
Na última segunda (12), o senador vinculou os atingidos nos bairros desocupados por conta da mineração da Braskem à aparição de Arthur Lira no desfile da Beija-Flor, no Carnaval do Rio:
‘Não quero me manifestar sobre essa questão do acordo da Braskem com a Prefeitura nem sobre qualquer outra questão antes da instalação da comissão para não gerar qualquer interpretação negativa à minha imparcialidade na comissão’, disse o senador Renan Calheiros ao UOL, na última quinta (15).
Arthur Lira também foi procurado, mas sua assessoria disse que ele não falaria com a reportagem por estar em viagem ao exterior.”
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