Diagnóstico precoce aumenta chances de cura do câncer de mama

Publicado em 11/10/2023, às 11h03
Foto: Pexels
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Por Redação

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o segundo tipo de câncer que mais afeta a população feminina, contabilizando 10,5% de todos os diagnósticos de câncer registrados no país, só perdendo para o câncer de pele não melanoma, com estimativa de 11,84 óbitos a cada 100 mil mulheres, somente neste ano.  

Por isso, a principal arma nessa guerra é a prevenção e o diagnóstico precoce. A oncologista Flávia Mota Alencar explica que além de manter hábitos saudáveis como cuidar da alimentação e praticar exercícios físicos, manter uma programação regular de consultas médicas e exames de rastreamento são fundamentais na prevenção do câncer de mama.  “Muitas vezes a paciente deixa de fazer seus exames com medo de receber um diagnóstico de câncer mas é exatamente o contrário; o diagnóstico precoce influencia, inclusive, no tipo de cirurgia que será preciso fazer. Quanto menor, maiores são as opções de tratamento”, explica.

Flávia Mota Alencar: oncologista da Oncoclínica

Prevenção é vida

Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, uma em cada 8 mulheres receberá o diagnóstico de um tumor nas mamas em alguma fase da vida. Para a jornalista Renata Pais, esse diagnóstico chegou em junho de 2019, um ano e dois meses após o nascimento da sua segunda filha; câncer de mama triplo negativo – um tipo de câncer agressivo, que cresce e se espalha mais rapidamente. 

“O câncer sempre foi um fantasma na minha vida. Minha mãe teve câncer de mama duas vezes, então sempre soube que a ameaça era real. Iniciei o acompanhamento médico aos 35 anos, fazendo mamografia e ultrassonografia. Aos 41 anos, senti um carocinho na mama esquerda e procurei o mastologista. Ele prescreveu novos exames. Fiz mamografia e lembro que saí da ultrassonografia ainda sem acreditar na resposta que o médico havia dado para meu questionamento. Contei todo o histórico e perguntei: se não for câncer de mama, o que pode ser? Ele respondeu - não sei. Saí da sala com a certeza que a situação era preocupante. Dias depois estava fazendo a biópsia e recebendo o resultado – sim, eu estava com um câncer na mama esquerda.  

Renata Pais: Jornalista descobriu câncer aos 41 anos

Iniciei uma corrida contra o tempo! Mais exames, consulta com cirurgião plástico e 22 dias depois do diagnóstico estava entrando no centro cirúrgico para uma mastectomia bilateral seguida de reconstrução mamária, um procedimento que demorou em torno de oito horas. A opção de retirada das duas mamas foi feita após o rastreamento genético, que comprovou uma alteração cromossômica que aumenta os riscos de câncer. Igual ao caso da atriz Angelina Jolie. Foi também por causa dessa mutação genética que, dois anos após a primeira cirurgia, passei por um novo procedimento, dessa vez, para a retirada do útero, ovários e trompas”.

O médico Alexandre Calado, presidente da Sociedade de Mastologia, regional Alagoas, acrescenta que o diagnóstico precoce salva vidas e que o grande desafio é fazer com que a população tenha acesso ao tratamento adequado no mais curto intervalo de tempo possível. Assim como acontece com outras doenças, no caso do câncer de mama, se descoberto em fase inicial, as chances de cura ultrapassam 90%.

Dr. Alexandre Calado, presidente da Sociedade de Mastologia, regional Alagoas

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