Despesas no Rei Pelé somam R$ 1,2 milhão e CSA deve mandar alguns jogos fora

Publicado em 06/10/2016, às 17h52

Por Redação

O CSA encerrou a temporada com bons números de renda e público. As boas campanhas no Campeonato Alagoano e Série D do Brasileiro foram abraçadas pela torcida, resultando em duas finais e o acesso para Série C. Em 18 jogos como mandante, o Azulão arrecadou R$ 3.208.775,00. A alta quantia, no entanto, sofre uma drástica queda quando revertida líquida para os cofres do clube. O CSA ficou com pouco menos de R$ 2 milhões. O CSA gastou cerca de R$ 1,2 milhão com despesas no total dos 18 jogos no Rei Pelé, o equivalente a 37% da receita bruta arrecadada com as bilheterias. Os números revoltam o presidente Rafael Tenório. 

"Se dependesse de mim, não jogaria uma partida no Rei Pelé. Tenho um sonho de construir um estádio com capacidade para 15 mil ou 20 mil pessoas, é muito mais barato do que jogar no Rei Pelé. É um valor alto. Sem contar com despesas de Federação, Polícia Militar, maqueiro, delegado... Paga tudo. Uma renda bruta de R$ 100 mil, você fica com 60%. É um absurdo", afirmou o mandatário marujo, por telefone, ao PFC.

No primeiro semestre, O CSA foi mandante em 10 partidas pelo Estadual, todas no Estádio Rei Pelé. A somatória das rendas brutas foi de R$ 1.768.669,00. A renda líquida do Azulão foi de aproximadamente R$ 1,1 milhão. Na Série D, o time marujo chegou até a final, acumulando oito jogos em casa. As rendas brutas totalizaram R$ 1.440.106,00, enquanto aproximadamente R$ 879.420,00 líquidos ficaram com o clube. 

Nota da Selaj

A secretária do Esporte, Lazer e Juventude, Cláudia Petuba, enviou uma nota de esclarecimento através da assessoria de comunicação. O comunicado diz que Rei Pelé recebeu no ano de 2016, até a presente data, 20 jogos do CSA como mandante. Pelos referidos jogos foi pago pelo CSA o valor de R$ 117.200,00, o que equivale a 58,6% das despesas geradas em virtude da realização do evento "jogo de futebol".

A nota esclarece ainda que as demais despesas destes jogos, equivaleram a 41,4%, o que representou R$ 82.800,00, arcados pelo Governo do Estado, através da Selaj. 

O comunicado cita outros estádios do país, com porte semelhante ao do Rei Pelé, para comparar o valor cobrado. A Selaj afirma que é bem superior, e tira como exemplo o estádio Lourival Batista (Aracaju) que o aluguel do Estádio custa 8% da renda bruta, estadio Presidente Vargas custa 10% da renda bruta mais R$ 6 mil (Fortaleza) ou o Pituaçú (Salvador) que custa R$ 20 mil mais 10% da renda bruta. 

Por fim, o esclarecimento ressalta que as outras despesas dos boletins financeiros das partidas, como taxas de federação, arbitragem, seguro torcedor, são de responsabilidade do próprio clube. A Selaj finaliza a nota frisando que as despesas citadas se referem exclusivamente aos jogos de futebol e não às despesas gerais de manutenção do Estádio.

Jogos fora

Rafael Tenório revelou que estuda a possibilidade de mandar alguns jogos do Campeonato Alagoano 2017 nos municípios de São Miguel dos Campos e Viçosa. 

"Nós já teremos que cumprir a punição de cinco mandos de campos, por conta da confusão na final do estadual. Só vou fazer jogo no Rei Pelé contra CRB e ASA. Uma partida, por exemplo, como CSA e Murici, sendo mando do CSA, vou jogar em Viçosa ou São Miguel. É muito mais barato jogar lá".

A medida, no entanto, será restrita apenas ao Campeonato Alagoano e contra times do interior. O presidente confirmou que em momentos de decisão do Estadual, obviamente as partidas serão no Trapichão. A Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série C do Brasileiro naturalmente serão disputadas no Rei Pelé.

Repercussão 

Sobre o assunto, Tenório disse não se preocupar com uma possível repercussão negativa da torcida azulina em precisar sair de Maceió para ver o CSA. 

"A torcida tem que entender que tem jogo no Rei Pelé que pago para jogar. Tem jogos que pago 10 a 12 mil reais de despesas. Terei encontros com os prefeitos de Viçosa e São Miguel, são cidades bonitas e próximas da capital. Tenho certeza que nossa torcida estará lá nos apoiando", comentou.

Obras na Série D

O Estádio Rei Pelé passa por reformas de melhorias e de recuperação do setor das cadeiras, interditado desde fevereiro de 2015. Nas quartas de final da Série D, a semana de véspera do jogo do acesso contra o Ituano foi de surpresa e correria. Isso porque as obras haviam começado e os setores de arquibancada alta e baixa, do lado visitante, foram interditados. Dirigentes e conselheiros do CSA se reuniram com os responsáveis e correram contra o tempo para liberar parte do local e ter a capacidade do estádio ampliada para a decisão com o time paulista. 


(Foto: Lizandro Rego / Cortesia)

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