Um dos principais depoimentos do julgamento do Judarley Leite Oliveira, réu confesso de participação no homicídio do modelo Eric Ferraz durante uma festa de réveillon no município de Viçosa, em 2012, foi o da namorada do modelo na época do crime, Helena Caroline Laurindo de Alencar.
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Ela afirmou que percebeu ninguém olhando diretamente para ela, mas notou olhares "insistentes" para o grupo em que eles estavam. "Não sei se os olhares eram provocativos, mas eles queriam chegar mais próximos do nosso grupo" disse ela.
Crédito: Caio Loureiro/Ascom TJ
Helena Caroline afirmou que viu o momento em que o Judarley agrediu o seu namorado com um soco no rosto, mas não confirmou que ele efetuou os disparos contra o modelo. "Não posso afirmar que foi ele quem atirou, porque eu não vi".
O julgamento também teve momentos polêmicos marcados pelo embate entre defesa e acusação. Quando o promotor Antônio Vilas Boas, questionou se ela, que na época do crime trabalhava como modelo, se considera bonita e se no dia do crime estava acompanhada de jovens bonitos, o que ela respondeu que sim, o advogado de defesa, Welton Roberto, começou uma série de interferências durante os questionamentos do promotor.
Num determinado trecho, o promotor encenou parte do depoimento dela, feito durante a instrução processual, onde ela afirmou que Eric se aproximou da mesa onde o Judarley estava a e cruzou os braços olhando pra o réu e perguntou? foi assim que aconteceu? Onde a modelo confirmou que sim.
O promotor insistiu em saber se ela considerava o réu um homem bonito. "Ao meu ele é feio, mas ele (o réu) é do seu interesse?", indagou o promotor que ficou sem resposta uma vez que ela não quis responder. A pergunta gerou um momento acalorado no plenário do júri, onde o um dos advogados de defesa sugeriu que a acusação na sabia o que esta a fazendo, quando magistrado interviu ameaçando suspender o julgamento e representar o advogado por falta de decoro.
Após os ânimos serem acalmados o advogado Raimundo Palmeira, atuando como assistente de acusação, questionou se ela frequentou, ou se namorou alguém de Viçosa, local do crime. Helena negou.
Welton Roberto confrontou a testemunhas lendo trechos do depoimento dela a policia, onde Helena teria se contradito. De acordo com o relato lido pelo advogado, no depoimento a polícia ela teria afirmado que o réu e seu irmão a olhavam insistentemente.
A leitura do depoimento da testemunha voltou a inflamar o debate entre defesa e acusação, uma vez que no entendimento do assistente de acusação, Raimundo Palmeira, a testemunha estava sendo ofendida. "Ela não matou ninguém! Esta aqui na condição de declarante, de testemunha, o que quer que seja, mas não pode ser ofendida", declarou.
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