O delegado Daniel Mayer foi retirado das funções cumulativas que tinha na Polícia Civil de Alagoas e foi afastado do cargo, após ser preso pela Polícia Federal por suspeita de fraude processual, revelação de sigilo funcional e abuso de autoridade nas investigações da morte do empresário Kleber Malaquias.
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A decisão foi publicada na edição desta quarta-feira (25) do Diário Oficial do Estado de Alagoas (DOEAL). Na PC-AL, Mayer acumulava cargos no 31º Distrito Policial de Olho D’Água do Casado, 32º DP de Piranhas, além de ser titular da Diretoria de Polícia Judiciária 1 e também respondia pela Delegacia de Repressão ao Narcotráfico da Capital.
Além disso, a portaria Nº 4359/2024 trouxe o afastamento do delegado das funções na polícia, que começou a valer desde essa terça-feira (24). Todas as publicações foram assinadas pelo delegado-geral de Polícia Civil, Gustavo Xavier.
Habeas corpus negado
Na segunda-feira (23), a Justiça de Alagoas negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa do delegado Daniel Mayer. A decisão foi do juiz Alberto Jorge Correia de Barros Lima.
Antes de decidir pela manutenção da prisão de Mayer, o magistrado destacou que a prisão preventiva do delegado já havia sido mantida depois da audiência de custódia, ocorrida no mesmo dia da prisão realizada pela PF, no dia 18 de setembro.
"Observa-se que a suposta conduta delitiva atribuída ao paciente [delegado] é grave, pois teria ele, segundo o Ministério Público, manipulado a produção de provas a fim de direcionar a autoria do homicídio de Kleber Malaquias a um indivíduo já falecido, inocentando, por outro lado, corréu já pronunciado", mostra trecho do documento que o TNH1 teve acesso.
Julgamento adiado
No mesmo dia da prisão do delegado, a Justiça determinou o adiamento do júri popular do caso Kleber Malaquias de Oliveira, morto em 2020 na cidade de Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió.
A decisão do judiciário acolheu pedido do Ministério Público do Estado de Alagoas. O juiz Braga Neto aceitou o pedido e o julgamento, que seria no dia 19 de setembro de 2024 foi adiado para o dia 17 de fevereiro de 2025.
Relembre o caso 'Kleber Malaquias'
Segundo o processo, o crime aconteceu dentro de um bar, em Rio Largo, na tarde de 15 de julho, dia do aniversário da vítima. A execução teria sido arquitetada pelos envolvidos que atraíram Kleber até o Bar da Buchada para realizar o assassinato.
De acordo com o relatório, o policial militar José Mário, na época pré-candidato a vereador, marcou um encontro com Kleber para conversar sobre questões políticas. Na ocasião, Fredson José teria efetuado os disparos de arma de fogo que levaram a vítima à morte.
Consta nos autos que Kleber era alvo de constantes ameaças devido às denúncias que fazia contra políticos e autoridades.
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