Delegadas vão investigar supostos erros médicos em cirurgias estéticas

Publicado em 03/05/2023, às 19h19
Imagem Delegadas vão investigar supostos erros médicos em cirurgias estéticas

Por TNH1

As delegadas Ana Luiza Nogueira, titular da 2ª  Delegacia da Mulher, e Kelly Kristynne Amorim já instauraram inquérito e iniciaram as investigações sobre as denúncias de supostos erros médicos e negligência  denunciados por pelo menos 15 pacientes que se submeteram a procedimentos estéticos com um cirurgião plástico. O caso veio a público no último dia 17, após a Associação AME protocolar ação contra o médico.

A princípio, o caso seria investigado pelo 2º Distrito Policial, mas, por meio de portaria publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), no último dia 27, o delegado-geral de Polícia Civil, Gustavo Xavier, determinou que os caso fosse investigado pela Delegacia da Mulher.

"Já iniciamos as investigações, estamos fazendo as intimaçõres para iniciarmos as oitivas. Também vamos fazer as solicitações do laudos médicos para comprovar ou não a materialidade delitiva", disse a delegada Ana Luiza Nogueira.

Segundo a advogada da AME, Júlia Nunes, cerca de 45 mulheres que fizeram cirurgia sofreram não só danos físicos, como traumas emocionais severos. "Meninas que fizeram novamente [o procedimento] para corrigir e tornou ainda pior a consequência da cirurgia. Então estamos tentando recolher porque procuraremos a Justiça no sentido de a Polícia Civil investigar se houve ou não a prática de ilicitude durante o ato cirúrgico. Em verdade, hoje, pelo relato de todas elas, houve no mínimo uma negligência por parte do médico, que sempre justificava de alguma forma para adiar o problema, e posteriormente, culpava a própria vítima pelo resultado mal sucedido da cirurgia", disse Júlia Nunes.

Outro lado

Por meio de nota enviada ao TNH1, o cirurgião plástico informou que ainda não foi notificado oficialmente por nenhuma esfera, seja criminal, ética ou cível, e que não há nenhum tipo de prova pericial que comprove as denúncias das pacientes. Informou também que sempre prestou toda a assistência necessária no pré, per e pós-operatório. Leia a nota abaixo na íntegra.

NOTA À IMPRENSA

Fui informado hoje (3), pela imprensa, que foi aberto um inquérito por um grupo de mulheres que alegam estar insatisfeitas com os resultados das cirurgias plásticas realizadas por mim e pela minha equipe. Desde o início das acusações que vêm sendo veiculadas, não fui comunicado oficialmente por nenhuma esfera, seja criminal, ética ou cível. É importante ressaltar, também, que não há nenhum tipo de prova pericial que corrobore com essas alegações. 

São mais de 4 mil cirurgias plásticas realizadas em mais de uma década de trabalho. Como profissional da saúde, entendo a importância de seguir todas as normas éticas que regem a minha profissão e de sempre estar atualizado para garantir a saúde e o bem-estar dos meus pacientes. Continuamente, busco cursos de especialização no Brasil e no exterior para aprimorar a minha técnica. 

Intercorrências pós-cirúrgicas são descritas pela literatura médica e podem ocorrer  por diversos fatores alheios ao ato médico. Sempre prestei toda a assistência necessária no pré, per e pós-operatório. 

Sigo à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir e colaborar com as autoridades competentes para que esse caso seja resolvido da melhor forma possível. Agradeço a compreensão de todos e ao apoio recebido por milhares de pacientes e reitero meu compromisso com uma prática médica ética, responsável e de alta qualidade.

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