Defesa do assassino confesso de Joana Mendes nega que vai pedir absolvição por clemência

Publicado em 01/04/2024, às 09h07
Ascom MPAL
Ascom MPAL

Por TNH1 com TV Pajuçara

A defesa do réu confesso Arnóbio Henrique Cavalcante Melo, acusado de matar a ex-esposa Joana Mendes com 32 facadas, negou que vai pedir clemência, ou seja, perdão pelo crime. O advogado diz que vai que vai pedir a penalização do réu, dentro dos limites legais.

“O caso é uma tragédia que vitimou duas famílias, porque a do réu também sofre, claro que não consigo mensurar o sofrimento dos parentes da vítima. É uma situação que precisa de muita delicadeza. Não temos a intenção de negar o óbvio, ele confessou o crime. Não vamos contrariar a lógica, mas sim trabalhar as circunstâncias do crime”, explicou um dos advogados de Arnóbio, Bryann Wingester.

Segundo o código penal brasileiro, os jurados podem absolver o réu com base na livre convicção e independentemente das teses veiculadas, considerados elementos não jurídicos e extraprocessuais. Por exemplo, o júri absolve o réu culpado por clemência, ou seja, a pena, sentimento de dó.

A advogada de acusação, Andrea Alfama, afirmou que a expectativa da acusação é pela condenação, uma vez que, de acordo com ela, não existe outra saída. “São quase oito anos que os familiares estão esperando para que se faça justiça. A gente não conta com outro resultado. Devemos essa resposta à família e à sociedade alagoana, devido a brutalidade do crime”, ressaltou.

Na fala inicial, o promotor do Ministério Público de Alagoas (MPAL), Antonio Vilas Boas, reafirmou que o que tem sido sustentado desde o início é a tese do homicídio triplamente qualificado, pelo meio cruel, pela utilização da dissimulação e pelo próprio crime de feminicídio.

O MPAL espera que o réu seja condenado e que seja aplicada uma pena considerada justa, o que para o órgão ministerial deve ser acima de 20 anos.

O Júri Popular iniciou na manhã desta segunda-feira, 1°, e deve acabar somente nessa terça-feira, 02, de acordo com o juiz do caso, Yulli Roter Maia, titular da 7ª Vara Criminal da Capital. Joana Mendes foi brutalmente assassinada dentro do próprio carro, em outubro de 2016, em Maceió.

A morte da advogada

  • A advogada Joana de Oliveira Mendes foi encontrada morta dentro do carro na Rua Benevides Montes, no Conjunto Santo Eduardo, no dia 5 de outubro de 2016;
  • Ela foi encontrada com o rosto todo ensanguentado e, após perícia, a polícia identificou que a vítima foi morta com 32 facadas na cabeça;
  • Segundo informações passadas pela investigação, Arnóbio Henrique Cavalcante Melo, ex-marido de Joana, teria marcado encontro com ela com o pretexto de conversar sobre a guarda do filho menor, à época com dois anos de idade. Ele foi armado e a atacou dentro do automóvel;
  • O corpo de Joana foi encontrado ainda preso junto ao cinto de segurança. O ex-companheiro chegou a fugir, mas depois foi capturado.

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