A defesa do réu confesso Arnóbio Henrique Cavalcante Melo, acusado de matar a ex-esposa Joana Mendes com 32 facadas, negou que vai pedir clemência, ou seja, perdão pelo crime. O advogado diz que vai que vai pedir a penalização do réu, dentro dos limites legais.
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“O caso é uma tragédia que vitimou duas famílias, porque a do réu também sofre, claro que não consigo mensurar o sofrimento dos parentes da vítima. É uma situação que precisa de muita delicadeza. Não temos a intenção de negar o óbvio, ele confessou o crime. Não vamos contrariar a lógica, mas sim trabalhar as circunstâncias do crime”, explicou um dos advogados de Arnóbio, Bryann Wingester.
Segundo o código penal brasileiro, os jurados podem absolver o réu com base na livre convicção e independentemente das teses veiculadas, considerados elementos não jurídicos e extraprocessuais. Por exemplo, o júri absolve o réu culpado por clemência, ou seja, a pena, sentimento de dó.
A advogada de acusação, Andrea Alfama, afirmou que a expectativa da acusação é pela condenação, uma vez que, de acordo com ela, não existe outra saída. “São quase oito anos que os familiares estão esperando para que se faça justiça. A gente não conta com outro resultado. Devemos essa resposta à família e à sociedade alagoana, devido a brutalidade do crime”, ressaltou.
Na fala inicial, o promotor do Ministério Público de Alagoas (MPAL), Antonio Vilas Boas, reafirmou que o que tem sido sustentado desde o início é a tese do homicídio triplamente qualificado, pelo meio cruel, pela utilização da dissimulação e pelo próprio crime de feminicídio.
O MPAL espera que o réu seja condenado e que seja aplicada uma pena considerada justa, o que para o órgão ministerial deve ser acima de 20 anos.
O Júri Popular iniciou na manhã desta segunda-feira, 1°, e deve acabar somente nessa terça-feira, 02, de acordo com o juiz do caso, Yulli Roter Maia, titular da 7ª Vara Criminal da Capital. Joana Mendes foi brutalmente assassinada dentro do próprio carro, em outubro de 2016, em Maceió.
A morte da advogada