O advogado Thiago Pinheiro, representante de um dos envolvidos no suposto estrupo coletivo de uma jovem de 17 anos, em Penedo, apresentou, nesta quarta-feira, 21, novos documentos ao delegado Fernando Lustosa, responsável pelas investigações. Pinheiro pediu para que a identidade de seu cliente fosse preservada.
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Entre as evidências levantadas estão supostas conversas entre a menor e o suspeito. O TNH1 teve acesso aos diálogos que mostram que os dois seriam próximos e já teriam feito sexo outras vezes também com a participação de mais homens. O intuito da defesa é reforçar o discurso do envolvido de que o ato sexual aconteceu com o consentimento da adolescente, o que não caracterizaria crime.
“Quando se trata de menor de 14 anos, mesmo se a jovem concordar com o ato, é considerado estupro. Já entre 14 e 17, para ser considerado crime é necessário existir violência física ou a persuasão através de ameaças ou da utilização de drogas, bebidas, que tirem a capacidade de resistência da vítima. Caso contrário, se há concordância, não é considerado crime”, explicou o advogado.
Thiago Pinheiro afirmou que agora aguarda a sequência das investigações e a possibilidade de que seu cliente responda em liberdade com o andamento do processo. “Agora esperamos que as investigações finalizem e que se não comprovado os fatos ditos pela menor, ela poderá responder por ato infracional equiparado a denunciação caluniosa”, pontuou.
Versão da menor
A vítima, por sua vez, em entrevista ao portal Aqui Acontece, na última segunda-feira, 19, confirmou que estava bebendo com os suspeitos, na residência de um deles, mas que não teria concordado em participar da orgia.
“Eu pedi pra ir ao banheiro e quando estava voltando para a sala fui empurrada para o quarto e comecei a gritar, dizendo que não queria e pedindo que ele parasse. Mesmo assim acabou acontecendo. Os outros ficaram na sala, mas quando ouviram os gritos foram ao quarto, me colocaram em um colchão e fizeram o que todo mundo já sabe. Eu estava tão fora de mim, que não tive forças para reagir, por isso acho que colocaram algo na minha bebida”, contou.
As duas versões também apresentam contradições na data que o ato teria acontecido. A menor indica que teria ocorrido no dia 04 de abril, enquanto o suspeito diz que teria sido no dia 29 de janeiro.
A jovem comentou o que espera das investigações. “Quero que eles paguem pelo que fizeram comigo. Ninguém merece passar pelo que eu passei e passo até hoje, pois por onde ando sou apontada como se eu quisesse que fizessem aquilo comigo. Tiraram sangue de mim. Quero Justiça”, clamou.
Presos libertados
Os quatro primeiros presos suspeitos de participação no suposto estupro, que foram libertados na última sexta-feira, 16, após uma decisão da 4ª Vara Criminal de Penedo, foram inocentados pela jovem. Ainda em depoimento ao portal Aqui Acontece, ela lamentou a confusão entre os envolvidos.
“Após o dia 04 de abril, quando aconteceu o primeiro caso, eu me afastei desses que eu achava que eram meus amigos e toquei minha vida. No dia 26 de junho participei de um evento com o Isaack, o Gilberto, o Ricardo Diego e o Klebson. Durante a festa, nós bebemos muito e acabamos transando, de forma consensual, pois foi tudo combinado antes. Apenas o Gilberto, que eu conheço como Juca, não teve relações comigo. Três dias depois eu descobri a existência desse vídeo através de um amigo e ao ver o que tinham feito comigo acabei decidindo fazer a denúncia. Como foi logo após esse segundo caso, e eu estava bêbada, achei que os rapazes do vídeo eram eles e acabei os acusando”, confessou.
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