Defesa de acusado de matar torcedor do CRB aponta erro em inquérito policial

Publicado em 11/07/2017, às 10h45

Por Redação

Os advogados de Al Unser Ayslan Silva do Nascimento, acusado de matar Jonathan Daniel dos Santos após uma partida de futebol entre CRB e América de Natal, no Estádio Rei Pelé, em 2012, em Maceió, afirmam que os exames que comprovariam a inocência do réu não foram realizados na fase do inquérito policial.

O julgamento dele estava marcado para esta terça-feira (11), mas foi suspenso porque o juiz John Silas da Silva, que presidiria o julgamento, adoeceu.

Hugo Trauzola (esquerda) e Carlos Ângelo apontam falhas em inquérito (Foto: TNH1)

Os advogados Hugo Trauzola e Carlos Ângelo, que defendem Al Unser, afirmam que não há provas materiais de que o crime tenha sido cometido pelo jovem, que já foi julgado e condenado pela Justiça alagoana, mas teve o júri anulado devido à ausência de mídia gravada na respectiva sessão. A defesa diz que as mídias foram extraviadas.

“Não existe nenhuma prova de que ele tenha participado desse homicídio. Na realidade, era uma briga de torcida, onde foram apreendidas duas armas, não foi feito exame de balística, as testemunhas que prestaram depoimento na delegacia afirmam que os depoimentos foram forjados. Ele afirma, categoricamente, que foi torturado na delegacia para confessar esse crime”, afirma Trauzola.

Defesa de acusado de matar torcedor do CRB aponta erro em inquérito policial
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Defesa de acusado de matar torcedor do CRB aponta erro em inquérito policial

“O acusado foi preso em flagrante e na oportunidade foram apreendidas duas armas, uma de um policial e outra que é atribuída ao acusado. Se a perícia técnica fizesse um simples exame nas mãos dele iria ver”, defende Carlos Ângelo, que completou destacando sobre “falhas” do inquérito policial. “Os delegados pediram a exumação do corpo, o que não foi feito. O IML nem sequer fez o exame cadavérico, que poderia localizar as balas, que tiraram a vida da vítima, e identificar a arma de onde saíram esses projeteis”, explicou.

Os pais de Al Unser compareceram ao júri, mas não quiseram falar com o TNH1. A família da vítima não foi encontrada para falar sobre o caso.

O crime

De acordo com a denúncia do Ministério Público de Alagoas (MP/AL), no dia 7 de julho de 2012, por volta das 20h, houve uma confusão entre as torcidas dos dois times e Jonathan, que era torcedor do CRB, acabou baleado. Ainda segundo o MP/AL, o disparo foi efetuado por Al Unser Ayslan, integrante da torcida organizada do América de Natal, chamada “Máfia Vermelha”.

Em fevereiro de 2014, o réu foi julgado e condenado a 20 anos e nove meses de prisão. A defesa, no entanto, ingressou com apelação no Tribunal de Justiça pedindo a anulação do júri devido à ausência de mídia gravada na respectiva sessão. O recurso foi provido pelo TJ/AL, que determinou a realização de um novo julgamento.

Al Unser Ayslan Silva do Nascimento será julgado novamente no próximo dia 28, por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima).

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