De alta médica, jornalista não consegue voo adequado para voltar a Alagoas

Publicado em 25/04/2018, às 11h53

Por Redação

A família do jornalista Marcelino Freitas, diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), ajuizou uma ação para que a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) disponibilize transporte para que ele volte para o estado.

Marcelino está internado em São Paulo, desde o dia 15 de fevereiro, para tratar a doença, mas já recebeu alta médica. Ele continua no hospital sem custos, porém os familiares precisam arcar com despesas de cuidadores. De acordo com uma pessoa da família, ele conseguiu ir para tratamento em um voo comercial sentado, mas a doença evoluiu nesses dois meses e no retorno para Alagoas ele precisará voltar deitado em uma maca.

O TNH1 conversou com a jornalista Graça Carvalho, prima de Marcelino. Ela informou que ele faz um tratamento fora de domicílio (TFD), e um problema nos contratos entre o Estado e as companhias aéreas está impossibilitando a viagem de retorno.

“Nós fomos informados que o problema é que esse contrato ainda não foi finalizado [licitado], o que estaria proibindo o Estado de contratar esses assentos. Foi por isso que a família procurou a Defensoria Pública para judicializar e conseguir uma UTI aérea para trazer ele de volta pra casa”, pontuou.

A Sesau informou, por meio da assessoria de imprensa, que irá tomar as medidas necessárias para providenciar a transferência do jornalista quando o pedido de contratação da UTI aérea for oficializado à pasta. A secretaria informou ainda que recebeu, por enquanto, apenas a solicitação para disponibilizar o serviço de home care para o paciente, e está adotando as medidas administrativas para garantir o tratamento domiciliar.

Reunião

Ontem à tarde, o secretário de Saúde, Christian Teixeira, se reuniu com o médico Hemerson Casado, portador de ELA e presidente da associação Doutor Hemerson Casado Gama. Na oportunidade, eles trataram de várias questões de interesse dos pacientes, inclusive do caso do jornalista alagoano.

O médico Hemerson Casado contou que já passou por problema semelhante com empresas aéreas, e solicitou apoio da Sesau para transportá-lo em um UTI aérea. “Esse comportamento das companhias aéreas é desumano”, criticou.

ELA 

A doença é caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios motores, que são responsáveis pelos movimentos. Conforme a doença avança, o paciente vai sendo levado a uma paralisia motora irreversível.

“É uma doença considerada rara e a maioria das unidades de saúde não está preparada para receber os pacientes. Por isso é essencial a parceria da associação junto à gestão pública, visando construir uma realidade melhor para esses alagoanos que enfrentam a ELA”, disse o secretário Christian Teixeira, durante a reunião.

Atualmente a Sesau oferece o medicamento Riluzol para 32 pacientes portadores da ELA. Além disso, o Estado assegura o serviço de home care para cinco portadores da doença.

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