A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos - DF) elegeu-se senadora pelo Distrito Federal. Com pouco mais de 90% das urnas apuradas, ela não pode ser mais alcançada pela também ex-ministra Flávia Arruda (PL-DF), que esteve à frente da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). Até as 19h06, Damares somava 644.904 votos (45,04%), contra 383.541 de Arruda (26,79%).
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A corrida teve início com Flávia na liderança, segundo as pesquisas, com uma vantagem superior a 10 pontos percentuais sobre Damares. Deputada federal, a candidata do PL representa o bloco político conhecido como Centrão, que se aproximou do governo federal no início do ano passado. Já Damares, que é pastora evangélica, é um dos nomes da ala ideológica que apoia Bolsonaro desde o início do mandato, e disputou a primeira eleição neste ano.
Embora Flávia seja da mesma legenda do presidente, Bolsonaro manteve-se em cima do muro durante a campanha, não sinalizando apoio a nenhuma das duas candidatas. Antes da disputa começar, o mandatário chegou a convencer Damares a deixar de concorrer ao cargo, porém, a ex-ministra anunciou eventualmente a candidatura com o forte apoio da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
— O meu voto e da minha família é de Damares Alves. E os meus candidatos são os candidatos do meu marido Jair Messias Bolsonaro. Hoje eu louvo e agradeço a Deus pela vida da minha irmã, a minha amiga, a minha eterna ministra e a minha futura senadora, Damares Alves — chegou a declarar Michelle ao lado da ex-ministra em evento em Brasília.
A ex-titular da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos investiu no discurso de defesa das crianças e contra pautas associadas por ela à esquerda, como a suposta “ideologia de gênero”. O movimento e o apoio de Michelle são fatores que levaram Damares a crescer nas semanas mais próximas às eleições, ultrapassando Flávia nos levantamentos de intenção de voto.
A aproximação das candidatas nas pesquisas acirrou a disputa entre as duas levando a ataques diretos entre elas e acusações que foram parar inclusive na Justiça Eleitoral. Damares acusou a campanha de Flávia de divulgar informações falsas contra ela. Já a postulante do PL buscou reforçar a associação da ex-ministra à ala ideológica do governo, insinuando que ela seria de difícil diálogo.