por Luan Paz
Chegamos ao mês de junho e, tradicionalmente aqui no nordeste ele é o carro-chefe da culinária junina. Uma das plantas mais consumidas e plantadas no mundo, com produção estimada para a safra 2023/2024 de 1,234 bilhões de toneladas no planeta, mas você sabe de onde vem um dos grãos mais importantes para humanidade?
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O milho (Zea mays) é um cereal da família das gramíneas (Poaceae). Evidências apontam que sua origem é datada de aproximadamente 10 mil anos atrás na planície mexicana, embora algumas pesquisas indicam que pode ter surgido nas regiões andinas, sendo a principal cultura agrícola de origem americana.
A domesticação se iniciou com os nativos mexicanos observando e selecionando características das melhores variedades. Esse processo não foi breve, alguns estudos mostram que há aproximadamente 5 mil anos o milho ainda não era completamente domesticado.
O processo de domesticação e a seleção natural levaram o milho, que antes apresentava características básicas de uma gramínea, conhecida como teosinto, a se tornar uma planta anual de aproximadamente 4 metros de altura, folhas grandes e espaçadas alternadamente em lados opostos, caule sólido, robusto e ereto.
Por volta do século XIV quando exploradores europeus desembarcaram nas Américas, o povo nativo os apresentou o milho, e foi a partir de então distribuído em diversas partes do mundo, os espanhóis o levaram para a Europa e o norte da África, enquanto os portugueses para o sul do continente africano e regiões do Japão e China. Hoje o milho é uma das principais culturas produzidas no mundo, juntamente com o trigo, arroz, soja e cana-de-açúcar. É de grande importância comercial para os seus principais produtores, Estados Unidos, China e Brasil, responsáveis por 73% da produção mundial.
Estudos recentes identificaram amostras de milho datadas de 6 mil anos atrás na região Norte do Brasil, especificamente na região oeste da Amazônia próximo ao Acre. Acredita-se que chegou ao território brasileiro antes de ser completamente domesticado e que os índios nativos que já possuíam habilidades de cultivo e domesticação de plantas como a mandioca, realizaram também a domesticação de espécies de milho.
O cereal se tornou um dos principais ingredientes na dieta indígena. O consumo se tornou ainda mais popular com a chegada das navegações portuguesas ao Brasil quando o grão passou a ser usado como farinha. Hoje é parte importante e fundamental da culinária brasileira e mundial.
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