No entanto, para analistas do mercado de petróleo, as estimativas oficiais estão sub apreciadas, diante do verdadeiro potencial de exploração, sobretudo, relacionado ao bloco Stabroek.
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A bacia de sedimentos localizada na Margem Equatorial tem 26.800 km2 de área e é onde se concentra a maior parte do petróleo da Guiana. A título de comparação, a área equivale a 1,5 vezes o tamanho do Golfo do México.
A subsidiária da ExxonMobil, que detém 45% da capacidade exploratória do bloco, tem feito investimentos pesados para aumentar a perfuração offshore desde o fim de 2020.
Desde que assumiu a liderança do consórcio de exploração na Guiana, a ExxonMobil registrou mais de 25 descobertas, que equivalem à marca de 11 bilhões de barris. Mais recentemente, a subsidiária da empresa americana obteve o sinal verde para perfurar mais 35 poços de petróleo na bacia.
O interesse estrangeiro no bloco de Stabroek vem sendo puxado por dois fatores: o inquestionável sucesso da campanha exploração até aqui e a qualidade do óleo encontrado.
Segundo o departamento de análises geológicas do governo dos EUA, o petróleo encontrado no bloco da Guiana é leve e com pouco conteúdo de enxofre. Isso reduz o custo do processamento da matéria-prima, levando a combustíveis de maior pureza.
Segundo a consultoria especializa em energia Rystad, a característica do petróleo encontrado nos campos offshore da Guiana reduz o ponto de breakeven (ponto em que o lucro excede a despesa) da exploração para uma média de US$ 28 por barril (o Brent está cotado acima dos US$ 90).
A campanha exploratória na margem equatorial do lado brasileiro continua sendo motivo de atrito dentro do governo.
O assunto voltou a estampar os noticiários, após Lula (PT) afirmar que o Brasil não deixará de estudar a viabilidade do projeto.
Seguindo a declaração do chefe do Executivo, o ministro Alexandre Silveira, das Minas e Energia, informou que o governo instauraria um “comitê de conciliação” para reanalisar a solicitação feita pelo Petrobras, que deseja perfurar um poço da margem no litoral do Amapá.
O comitê seria criado pela Advocacia Geral da União (AGU) e contaria com a participação do ministério de Minas e Energia, do ministério do Meio Ambiente e do Ibama.
A solicitação da Petrobras, referente ao bloco FZA-M-59 na foz do rio Amazonas, havia sido negada em maio pelo Ibama, sob o parecer de que o plano de contingência ambiental oferecido pela estatal era insuficiente.
Desde então, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, manifestou-se contra a perfuração do poço, pontuando que o órgão ambiental “não dá licenças políticas, mas sim técnicas”.
O programa defendido pela pasta tem o objetivo de tornar o Brasil o quarto maior produtor de petróleo do mundo até 2029, elevando a produção nacional de petróleo para 5,4 milhões de barris por dia.”
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