O CSA foi condenado ontem (15) pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 19ª região a indenizar o ex-meio-campista Choco, que defendeu o clube em 2016 e que abandonou o futebol após o diagnóstico de uma arritmia cardíaca. Na época, a indenização pedida era de R$ 450 mil; com a correção monetária, o valor chega a quase R$ 600 mil.
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Contratado para a disputa do Campeonato Alagoano daquele ano, o então jogador recebeu o diagnóstico após os primeiros treinos. Para tentar seguir atuando, passou por quatro cardioversões (intervenções elétricas para tentar recolocar o coração no ritmo certo) e uma ablação (intervenção que tenta desabilitar impulsos elétricos responsáveis por desorientar os batimentos cardíacos).
No início da Série D do Brasileiro da temporada em questão, Choco descobriu que a renovação de contrato que havia assinado com o clube não havia sido registrada. Recorreu à Justiça, mas julgamento em primeira instância havia dado ganho de causa ao clube. Choco alegou que, após uma primeira perícia que constatou o problema, um novo exame foi realizado sem sua presença.
Em segunda instância, a Justiça deu ganhou de causa ao ex-jogador. Segundo a defesa realizada pelos advogados Filipe e Thiago Rino, cabe recurso de revista da decisão ao TST (Tribunal Superior do Trabalho).
"O julgamento foi extremamente técnico", afirmou Filipe Rino. "Conseguimos dar validade à primeira perícia efetuada. Ficou comprovado que o clube concorreu com culpa em virtude dos procedimentos efetuados [em referência às cardioversões], sendo condenado a pagar indenização pela não contratação do seguro obrigatório, estabilidade e dano moral", informou.
Choco, por sua vez, se disse "muito feliz e aliviado" com a decisão. "Pode demorar ainda a conclusão de tudo. Mas foi uma vitória do bem contra o mal", desabafou.
Afastado do futebol há quatro anos, o ex-jogador, hoje com 31 anos, segue convivendo com o problema cardíaco. "Do coração, não tive evolução ainda. Eu tinha uma nova cirurgia marcada, mas por conta da pandemia, foi cancelada. Estou aguardando e medicado diariamente".
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do CSA, mas não obteve um posicionamento do departamento jurídico do clube até a publicação desta matéria.
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