No julgamento dos acusados na morte de José Fernando Cabral de Lima, a 8ª Vara Criminal da capital ouviu seis testemunhas até o final da tarde desta terça-feira, 18, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. A família da vítima classificou o crime como "bárbaro, covarde e truculento", ao pedir pena máxima dos três acusados.
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"A família espera que finalmente a Justiça seja feita, que seja atribuída a pena máxima aos acusados, para que a gente possa finalmente seguir as nossas vidas. A gente sabe que nada trará o tio, o pai, o marido, o filho de volta. Uma justiça para um crime tão bárbaro, covarde e truculento da maneira que foi cometido", disse Letícia Madeiro, sobrinha da vítima, em depoimento à assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas.
O julgamento, conduzido pelo juiz Braga Neto, tem 17 testemunhas e vai se estender até esta quarta-feira, 19. "O juiz já adiantou que hoje será impossível concluir, mas que vai tentar ouvir pelos menos as testemunhas, tanto as de acusação quanto as de defesa. Ele informou que deve fixar um horário limite por volta das 22h e retomar amanhã, a partir das 9h", informou o TJ-AL.
Ministério Público e o advogado de acusação esperam uma pena em torno de 30 anos para cada réu, por se tratar de um homicídio qualificado. Conforme o advogado Tiago Pinheiro, o crime gerou perplexidade social e é esperada a condenação dos três envolvidos..
Sinval José Alves, Irlan Almeida de Jesus e Denisvaldo Bezerra da Silva Filho são acusados pelo homicídio de José Fernando Cabral de Lima, em uma casa de câmbio, em Maceió, em 3 de abril de 2018.
A defesa de Sinval alega que não havia sociedade de fato entre o réu e a vítima, bem como que não havia dívida entre eles, como alegam testemunhas, e sim um empréstimo. “Estamos muito confiantes que o júri acertadamente conseguirá a absolvição de Sinval junto à quantidade de provas que temos”, relatou Diego Mousinho, advogado de defesa.
A defesa de Irlan e Denisvaldo afirma que a inocência dos dois será provada. “As imagens de câmeras de segurança são bem claras. Nada comprova nos autos que ele participou dessa empreitada criminosa”, sustentou Eraldo Lino, advogado de Denisvaldo.
O caso
De acordo com os autos, Sinval e José Fernando eram sócios em um escritório de advocacia. Uma reunião entre eles ocorreria em uma casa de câmbio, no bairro de Ponta Verde. Logo após a chegada de Fernando ao local, dois homens renderam o funcionário do estabelecimento e anunciaram um assalto.
Na ocasião, os assaltantes ordenaram que todos ficassem de joelhos e com as mãos na cabeça, momento em que efetuaram dois disparos de arma de fogo na cabeça de Fernando.
Segundo testemunhas, o réu Sinval devia R$ 600 mil à vítima, e por isso contratou Irlan e Denisvaldo para assassinar José Fernando, simulando um assalto.
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