Maceió

Criança que teve corpo queimado vai passar por exame após sinais de abuso sexual

TNH1 | 20/10/22 - 11h22

A criança de dois anos e seis meses, internada no Hospital Geral do Estado (HGE) após ser vítima de maus-tratos, vai passar por exame de conjunção carnal, realizado por peritos médicos legistas do Instituto Médico Legal, em Maceió, depois de apresentar sinais de abuso sexual. O procedimento está previsto para ser feito na tarde desta quinta-feira, 20.

A coordenadora do Serviço de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (SAVVS), Andreia Teodósio, disse à reportagem que parte do corpo da vítima apresentou outros ferimentos que não correspondem à queimaduras, e em região próxima ao ânus. "Além das queimaduras na região glútea da criança, existem alguns sinais de dilaceração, arranhões na região anal que não correspondem a queimaduras".

Após a suspeita, Teodósio confirmou que vai acompanhar o exame realizado pela perita do IML que, segundo ela, está previsto para acontecer no início desta tarde. "Nós temos um prazo de 72 horas para detectar um possível vestígio que tenha relação com o agressor".

Já a Polícia Científica afirmou que está em tratativa com o HGE para escolher o melhor momento para o profissional ir até a unidade e realizar o procedimento. O último boletim divulgado pelo hospital mostra que a criança permanece no Centro de Tratamento de Queimados e seu estado de saúde é estável. 

"A Polícia Científica do Estado de Alagoas, esclarece que em casos de suspeita de crimes de estupro, tanto em adultos como em menores de idade, os exames de lesão corporal para comprovar casos de violência sexual só podem ser realizados por Peritos Oficiais, no caso específico,  peritos médicos legistas do Instituto de Medicina Legal. Que esses exames são realizados no IML de Maceió, IML de Arapiraca, e no Posto do IML que funciona dentro do Hospital da Mulher. Que em casos excepcionais, diante do estado da vítima, o perito médico legista também pode realizar o exame em unidades de saúdes quando acionados pelos órgãos competentes", disse em nota.

O caso A criança do sexo masculino apresentava queimaduras sérias em partes do corpo, nas pernas, nádegas a ânus, além de hematomas nas costas e na cabeça. A mãe do menino contou aos policiais que havia saído para trabalhar e deixado a criança sob os cuidados do companheiro. Ao retornar, ele contou que a criança havia se queimado ao tentar pegar uma panela onde ele fritava um ovo.

Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), os médicos que atenderam a criança avaliaram que, pelas marcas de queimadura, o líquido quente pode ter sido atirado sobre a criança. O Conselho Tutelar da 7ª Região foi acionado pela Polícia Militar.

A denúncia de maus-tratos ocorreu no início da tarde do dia 18 de outubro, e foi direcionada para policiais militares da Base Comunitária do Osman Loureiro, no Clima Bom. Desde então, o caso ganhou repercussão em Alagoas.