Criador de codornas tem 400 kg de carne e ovos apreendidos por funcionamento sem registro

Publicado em 04/05/2024, às 15h01
Ascom MPAL
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Por Ascom MPAL

O abate clandestino de animais pode trazer riscos para a saúde da população e para garantir a segurança dos moradores de Arapiraca, A Equipe de Produtos de Origem Animal (POA) da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco), apreendeu cerca de 400kg de produtos provenientes de produção irregular, sendo estes produtos codornas inteiras abatidas, coração de codorna e ovos de codorna. 

Dentro da avicultura, a coturnicultura é um segmento destinado à criação de codornas, seja para fins comerciais ou até mesmo para consumo próprio. 

A propriedade funcionava com ausência de registro no Serviço de Inspeção, seja ele municipal, estadual ou federal, também não possuía licença para funcionamento no Instituto do Meio Ambiente (IMA), nem possuía Responsável Técnico e registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV). 

(Ascom MPAL)
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Segundo o responsável pelo estabelecimento, a produção proveniente do local era responsável por abastecer “praticamente” todo o município de Arapiraca com seus produtos, além de outras cidades da região e até para a capital do estado, Maceió. 

“O abate clandestino de animais coloca em risco a saúde de todos os consumidores expostos a estes produtos e ao meio ambiente, tendo em vista a ausência de programas de auto controle que minimizem os riscos de contaminação, controle de doenças e tratamento de resíduos e efluentes oriundos da produção em questão”, alerta o coordenador da Equipe POA. 

“Além dos perigos à saúde dos consumidores e o efeito nocivo dessas atividades sobre o meio ambiente, a prática de abate irregular e beneficiamento de ovos de codorna compromete aos empresários comprometidos com a segurança dos alimentos comercializados que são regularizados, tornando-se um concorrente desleal, uma vez que, a produção irregular não dispõe dos requisitos exigidos para que a segurança dos produtos seja assegurada, como por exemplo a contratação de responsável técnico que aplique cursos de Boas Práticas de Manipulação e Fabricação, que implemente e execute na empresa Programas de Autocontrole, entre outros diversos custos”, continuou. 

Vazamento de chorume

Em uma avícola localizada no povoado Baixo da Onça, zona rural de Arapiraca, a FPI do Rio São Francisco flagrou o vazamento de chorume no solo. Saindo de dois contêineres, o líquido proveniente de carcaças de animais pode alcançar os lençóis freáticos da região, contaminando os recursos hídricos que abastecem a população e permitem as atividades econômicas locais.

Diante do flagrante de ilicitude, os responsáveis pela empresa terão de responder pelo crime de fazer funcionar estabelecimentos potencialmente poluidores contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes. 

Por essa razão, um dos gestores da avícola foi conduzido pelo Batalhão de Polícia Ambiental à Delegacia Regional de Arapiraca para registro de boletim de ocorrência e abertura de inquérito policial.

A avícola também terá de responder a um auto de infração do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, que intimou a empresa a remover de imediato os resíduos sólidos para um local ambientalmente adequado e apresentar melhorias para a área de descarte de carcaças.

Água imprópria para consumo humano

A poucos metros do vazamento de chorume, a empresa dispõe de uma bomba de captação de água de um poço artesiano, que a distribui para um reservatório semienterrado e cinco elevados. Quatro destes, são para a produção da avícola. No entanto, o quinto era destinado ao uso comum dos funcionários, nas pias do banheiro e na área externa ao do vestiário.

Segundo a coordenação da Equipe de Recursos Hídricos, o consumo humano de água abrange não só a ingestão do líquido, como também a higienização do corpo e de produtos. Se a água estiver contaminada por algum patógeno, pode trazer um risco a saúde das pessoas, fazendo com que elas adoeçam.

“Espera-se que a água utilizada para consumo humano receba, no mínimo, cloração. Não foi o que encontramos nesta avícola. A empresa, então, encontra-se em desconformidade com a legislação brasileira, que preconiza como obrigatório ter a etapa de desinfeção da água para consumo humano oriunda da captação subterrânea” disse a coordenação da Equipe de Recursos Hídricos.

Por meio da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau), a equipe coletou para análise a água do poço artesiano e a proveniente da rede de abastecimento da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). Podem ser encontrados no material analisados bactérias do tipo Coliformes e Escherichia coli (E.coli).

Também foram emitidas notificações de adequação e autos de constatação, respectivamente, pela Sesau e pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

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