O estacionamento do shopping Eldorado, na zona oeste de São Paulo, recebe a exposição "Casa dos Bruxos", que traz réplicas de cenários de "Harry Potter". Mas um dos ambientes tem causado polêmica nas redes sociais: uma sala onde quatro corujas vivas são exibidas para o público tirar fotos.
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A repercussão nas redes começou nesta quarta (28), quando a apresentadora e ativista Luisa Mell publicou uma postagem afirmando que soube, pelo contato de uma seguidora, que as corujas ficam presas e amarradas pelos pés. De acordo com a atriz, ela confirmou ao ligar no shopping que os animais silvestres são exibidos de terça a domingo, das 10h às 22h, o que classificou como "crueldade" e "maus-tratos".
O espaço montado na última semana recria diversos locais emblemáticos da história de J. K. Rowling. Os participantes podem entrar e explorar ambientes como a sala da casa dos Dursley, os tios "trouxas" do bruxinho, a biblioteca e a sala de aula da escola de magia Hogwarts. Há também uma loja com produtos licenciados da franquia.
OUTRO LADO
De acordo com a assessoria da "Casa dos Bruxos", as quatro corujas que estavam no local são de criador autorizado pelo Ibama. Mas, por decisão da organização, os animais não irão mais integrar a exposição.
Em nota, a assessoria também afirmou que as corujas tinham permissão para participar de eventos como o citado, eram alimentadas antes de entrar na mostra e ficavam em um ambiente escuro e adequado. Os visitantes eram alertados para não usar flash, que poderia incomodá-los, e também não podiam tocar nos animais.
O shopping Eldorado informou em nota que os maus-tratos aos animais não condizem com os valores do estabelecimento e que está apurando as denúncias junto ao operador terceirizado responsável pelo evento para que as medidas cabíveis sejam tomadas. O comunicado diz também que o shopping exige o cumprimento de todas as normas do Conselho de Medicina Veterinária, que assegura a saúde e o bem-estar dos animais, e que a presença das corujas foi suspensa até que os fatos sejam esclarecidos.
ANIMAIS E ARTE
Essa não é a primeira vez que o uso de animais vivos em exposições e obras de arte causa repercussão.
Em 2010, a obra "Bandeira Branca", do artista Nuno Ramos, confinou três urubus no vão central da Bienal. Após protestos de coletivos de proteção animal, a Justiça chegou a determinar a retirada das aves. O assunto foi, inclusive, citado no tema da redação da Fuvest deste ano, que tratou de "polêmicas sobre os limites da arte".
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