Um coquetel de três anticorpos mostrou que é capaz de prevenir em primatas a infecção causada pelo vírus zika, e essa pesquisa pode passar a uma etapa seguinte de ensaios com humanos, anunciaram cientistas nesta quarta-feira.
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“É uma intervenção promissora para prevenir e tratar uma infecção pelo vírus da zika durante a gravidez”, comentou David Watkins, professor da faculdade de medicina Miller da Universidade de Miami.
“Gostaríamos de desenvolver esta associação de anticorpos e submetê-los a ensaios clínicos o quanto antes”, acrescentou.
O vírus zika, transmitido principalmente por mosquitos, se propagou pela América Latina, o Caribe e o sul dos Estados Unidos em 2015 e 2016, provocando uma emergência mundial devido a sua associação com malformações em fetos, particularmente a microcefalia.
A ameaça acabou, sobretudo porque as pessoas não podem ser infectadas mais de uma vez, mas os pesquisadores continuaram realizando estudos para encontrar a primeira vacina contra o zika.
Os cientistas identificaram três poderosos anticorpos – SMZAb1, SMZAb2 e SMZAb5 – no organismo de um paciente sul-americano.
“Administramos um coquetel desses três anticorpos aos primatas não humanos um dia antes do seu contato com o vírus da zika que tinha sido recuperado de uma mulher grávida durante a epidemia de 2016 no Rio de Janeiro”, disse Watkins.
Os pesquisadores não encontraram um nível quantificável do vírus no sangue dos quatro animais tratados e não detectaram reação no sistema imunológico, o que indica que o vírus tinha sido completamente bloqueado, segundo o estudo, publicado na revista Science Translational Medicine.
Quatro macacos que não receberam esses anticorpos antes de ser expostos ao Zika ficaram doentes durante uma semana.
“Dado que esses anticorpos têm perfis excepcionais na segurança dos humanos e na placenta, esta combinação poderia ser desenvolvida rapidamente para proteger as mulheres grávidas não infectadas e seus fetos”, indicou Watkins.
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