Este é o quarto mês consecutivo que Maceió se encontra abaixo do piso de satisfação. O consumo das famílias de Maceió durante o mês de maio apresentou redução de 2,66% em relação a abril, registrando 83,9 pontos. Os dados são da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias desenvolvida pelo Instituto Fecomércio AL de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento de Alagoas (IFEPD), em parceria com a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
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O percentual registrado em maio deste ano demonstra uma redução de 27,5%
no consumo quando comparado ao mesmo período de 2015. “Mesmo assim, o nível
está acima da média do Brasil, que tem sofrido o mesmo baixo desempenho na
intenção de consumo das famílias. Em maio, a média de consumo do país declinou
4,5% em relação a abril”, avalia o assessor econômico da Fecomércio AL, Felippe
Rocha.
Quando abaixo de 100 pontos, o indicador demonstra que os consumidores estão avessos ao consumo, seja por insegurança em relação à manutenção dos seus empregos, por considerarem os preços elevados ou porque sua renda não apresenta sinais de melhora no futuro.
Para o economista, este cenário é reflexo da perda de empregos e a
consequente redução do poder de consumo das famílias. “Além disso, as famílias já
vêm sendo prejudicadas pela restrição do crédito para aquisição de bens duráveis e
semiduráveis, bem como pela cautela das financeiras na cessão de crédito, de cartões
e de empréstimos aos consumidores por conta do elevado nível de endividamento”,
pondera.
Indicadores
O consumo é explicado integralmente pela segurança das famílias em relação
aos seus empregos, às suas perspectivas de aumentos de salários no futuro e à
facilidade de aquisição de crédito, impactando nas possibilidades de compras de bens
duráveis, semiduráveis e não-duráveis.
O desempenho de maio reflete um leve aumento do consumo devido ao Dia
das Mães, mas de acordo com o levantamento, a data incidiu mais nas famílias que
recebem mais de 10 S.M. (salários mínimos).
“Quando observamos o consumo das famílias de Maceió por segmento de renda, percebe-se que após dois meses de retração do consumo das famílias das classes A e B, houve uma retomada de perspectivas otimistas com relação ao futuro e estas voltaram a consumir. Porém, em relação às famílias das classes C, D e E, houve um contínuo declínio na intenção de compras, em parte porque estas dependem do emprego formal para gerarem renda para o consumo, mas são as mais afetadas pelo desemprego”, compara Rocha. Entre as famílias que recebem mais de 10 S.M., maio trouxe um incremento de 4,08%, mas está abaixo dos níveis de aquisição de bens do mesmo período em 2015, havendo uma redução de 32,85%. Já entre as famílias que recebem menos de 10 S.M. houve uma queda de 3,16% no consumo (quando comparado a maio do ano passado, é uma redução de 27,2%).
Cenário
Alagoas vive o quarto mês consecutivo em que o saldo entre admissão e
desligamentos é negativo, somando 29.001 mil pessoas desligadas; problema que
também tem afligido o maceioense. Embora a segurança sobre a manutenção tenha
apresentado um aumento de 1,6 p.p. (pontos percentuais), a pesquisa aponta que
houve elevação de 1 p.p. no desemprego entre os meses de abril e maio.
Como consequência, as perspectivas de melhoras profissionais reduziu 0,40 p.p. para aqueles que acreditam numa melhora e aumentou 1,9 p.p. para aqueles que não acreditam que terão melhores empregos no futuro.
Os indicadores sinalizam que persiste a redução sobre a percepção de que a
renda das famílias compra mais do que antes, ou seja, a cada mês os consumidores
estão notando que a variação dos preços impacta na quantidade de produtos que
levam para casa. Nesse contexto, houve redução de 4,2 p.p. em relação à melhora da
renda e um aumento de 2,6 p.p daqueles que notaram uma piora no poder de compra.
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