Como se proteger dos agrotóxicos e consumir alimentos mais saudáveis?

Publicado em 25/07/2019, às 14h33
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Por Deborah Freire

Eles estão nos alimentos, na água e até no ar, e, mesmo tentando evitar, já estão no nosso organismo gerando riscos para a saúde. Os agrotóxicos estão presentes em muitos produtos que a população consome e é difícil fugir deles.

Em uma pesquisa feita pelo Datafolha no início de julho, 78% dos brasileiros disseram acreditar que o consumo de alimentos com agrotóxicos é inseguro para a saúde, e 72% avaliam que os alimentos produzidos no Brasil têm mais agrotóxicos do que deveriam.

Por isso, é importante buscar alternativas para fugir dessas substâncias, e mesmo para quem acha caro comprar em feiras orgânicas, é possível ao menos minimizar o consumo. É o que afirma a engenheira agrônoma Liduína Alencar, da Secretaria de Agricultura de Alagoas.

Feiras com certificação

A forma mais garantida de adquirir alimentos livres dos agrotóxicos são mesmo as feiras orgânicas, onde, segundo explica Alencar, os agricultores são certificados ou registrados pelo Ministério da Agricultura.

Em Maceió, as feiras são realizadas nos seguintes locais:

  • Praça do Centenário, no Farol, aos domingos
  • Ufal, às quartas
  • Shopping Parque, às terças e quintas
  • Praça Marcílio Dias, ao lado do Mercado de Jaraguá, às sextas
  • E na Rua Fechada, na Ponta Verde, uma vez por mês, aos domingos

Nas barracas dessas feiras de orgânicos, deve estar visível o registro do Ministério ou a certificação, e o consumidor pode até ir até a propriedade para verificar a forma de produção.

Feiras agrárias volantes

As grandes feiras organizadas por movimentos de agricultores em Maceió e no interior também são um caminho para obter alimentos mais saudáveis. A engenheira agrônoma explica que a maior parte dos produtores não tem rastreabilidade, ou seja, não dá para ter certeza se trabalham sem agrotóxicos, mas geralmente optam por meios sustentáveis de produção.

"Eles cuidam da água, usam preparados caseiros, ou seja, minimizam muito o impacto dos agrotóxicos. Geralmente, são sustentáveis ou agroecológicos, mas não têm registro ou certificação para orgânicos", afirma. "O registro não gera custos ao agricultor familiar, já a certificação por auditoria tem um custo", complementa.

Mercado da produção e feiras de bairros

Nos mercados e feiras de bairro, os alimentos também têm bem menos substâncias tóxicas, porque, segundo Alencar, muitos já têm noção de sustentabilidade ou até mesmo porque não têm recursos para adquirir o agrotóxico.

Ela ainda reforça que Alagoas tem associações de assistência técnica que orientam os produtores e geram maior consciência quanto ao manejo dos alimentos.

Lavar bem as frutas e verduras adianta?

Quem compra no supermercado e quer tentar reduzir o índice de contaminação, pode adotar práticas nesse sentido, mas a engenheira diz que a retirada de contaminantes superficiais na lavagem é muito pequena.

A substância, ela explica, circula na seiva da planta. "Eles são sistêmicos, você tira alguma coisa de impurezas ou contaminantes superficiais, mas a contaminação existe. Nós já temos no organismo níveis de agrotóxicos para a vida toda. Não vamos ficar paranóicos, mas o que pudermos fazer para minimizar essa contaminação serve até para ajudar socialmente a agricultura familiar", defende.

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