Assistir a um filme juntos costuma ser uma boa pedida do que fazer entre amigos ou a família, não é mesmo? Mas e quando a produção em questão apresenta, muitas vezes sem prévio aviso, cenas um pouco mais 'saidinhas', não tão adequadas para todas as faixas?
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Nesses casos, é comum rolar um certo constrangimento entre os membros da plateia doméstica. Se tal desconforto é natural para quem está assistindo às cenas de alta voltagem, com certeza não deve ser menor para quem as encena.
No cinema, cenas de sexo costumam ser um plus entre os elementos narrativos presentes. Embora haja filmes voltados especificamente para 'atiçar' a audiência através do erotismo - como os que costumam ser vistos no "Cine Band Privê", por exemplo -, nos títulos mais famosos e respeitados tais cenas costumam obedecer a um contexto.
Esse contexto, aliás, não precisa ser necessariamente romântico. Quem não se lembra da famosa cena de Jim (Jason Biggs) masturbando-se com uma torta no primeiro longa da franquia "American Pie" (1999)? Ou de Chucky (Brad Dourif) e Tiffany (Jennifer Tilly), um casal de bonecos assassinos possuídos, entregando-se ao amor no humor negro "A Noiva de Chucky" (1998)?
Encenar sexo diante das câmeras existe desde que Hollywood é Hollywood. No entanto, com o tempo, as produtoras de cinema foram despertando para a necessidade de haver um cuidado maior na hora de produzir sequências assim - sobretudo com os atores e atrizes nelas envolvidos.
Hoje, todos os detalhes que possam envolver sexo ou nudez em uma produção ficam especificados nos contratos que os artistas assinam antes mesmo de começarem a gravar. Essas cláusulas costumam ser o mais detalhadas possível, englobando desde quais partes do corpo os atores vão mostrar até o tempo máximo de duração de cada cena.
Para que esse processo seja ainda mais minucioso, criou-se em Hollywood uma nova profissão que, nos dias atuais, é quase obrigatória na produção de qualquer título: o coordenador de intimidade.
Trata-se do profissional que supervisiona a gravação de cenas de nudez e sexo, garantindo a segurança emocional e física dos atores. Sua importância já é tão reconhecida que até séries de TV e streaming, como "Euphoria" (HBO), "Sex Education" (Netflix) e "Bridgerton" (Netlfix), já contam com coordenadores de intimidade em seu staff.
Até mesmo no Brasil essa preocupação já tem se intensificado. A novela "Verdades Secretas 2" (Globoplay), marcada pela forte presença do erotismo, contou com uma tática da diretora Amora Mautner para deixar os atores mais à vontade: ela permitia que os astros envolvidos codirigissem as sequências sensuais, de forma que seus limites pessoais para estas sequências ficassem claros e fossem sempre respeitados.
É o cinema e a TV evoluindo com os tempos - para maior tranquilidade do público e, sobretudo, de quem se dedica a essa indústria.
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