Como lidar com morte, política, arte e emprego? Filósofos ajudam

Publicado em 25/08/2018, às 23h15
Imagem Como lidar com morte, política, arte e emprego? Filósofos ajudam

Por Folhapress

O que Maquiavel (1469-1527) diria sobre passar uma rasteira no colega para conseguir uma promoção? Talvez que muitas vezes precisamos romper regras em nome de um bem maior.

O filósofo britânico John Stuart Mill (1806-1873), por sua vez, ponderaria que devemos fazer de tudo em busca da felicidade, desde que não prejudique as outras pessoas.

Com base no conhecimento de sábios do passado, o escritor britânico Marcus Weeks trata em seu o livro "O que Nietzsche Faria?" de problemas do dia a dia, dos corriqueiros (devo contar à minha amiga que o marido dela a trai?) a questões mais sofisticadas (por que me sinto culpado ao passar por um mendigo?).

Os breves textos, agrupados em cinco capítulos temáticos (relacionamentos, trabalho, estilo de vida, lazer e política) apresentam pontos de vistas diferentes sobre a mesma questão e não são propriamente respostas, mas um balizamento do que pode ser levado em conta antes da decisão.

Friedrich Nietzche (1844-1900), apesar de dar nome à obra, só aparece de vez em quando, revezando-se com Confúcio, Albert Camus, Aristóteles, Voltaire, Adam Smith, entre muitos outros.

O debate sobre o sentido da vida não poderia ficar de fora. E Schopenhauer, apesar da fama de ser sombrio, pode oferecer "algumas migalhas de conforto", escreve Weeks.

"Na opinião dele, a vida não passa de uma longa e inútil sucessão de sofrimentos, de modo que a alternativa [morte] não tende a ser pior [...] Você já passou uma eternidade sem existir, por isso não deveria se apavorar. Apenas pare de especular a respeito e siga com o tormento da vida."

Com diversas ilustrações, obra permite vislumbrar como o conhecimento filosófico tem raízes também no mundo real, não só na massa cinzenta de sábios enclausurados.

Um exemplo narrado no livro vem do próprio Nietzsche. Seu pai, um pastor luterano, morreu precocemente, e isso levou o jovem pensador a dizer que Deus estava morto, uma de suas mais famosas conclusões e da qual se depreende que nossa moralidade não deveria se basear na existência de uma divindade.

Outras iniciativas já aproximaram a filosofia do dia a dia, como a School of Life, baseada em Londres, que ministra aulas e aplica terapias com a ideia de melhorar a maneira que as pessoas lidam com a vida.

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