Um grande diferencial entre a comida verdade e os alimentos ultraprocessados são as embalagens. As frutas, verduras e os legumes chegam até a mesa na exata forma que a natureza produz. É por isso que, para uma alimentação adequada e saudável, é preciso descascar mais e desembalar menos.
LEIA TAMBÉM
Os alimentos minimamente processados passam por processos mínimos, são comercializados em embalagens e fazem parte de uma alimentação adequada e saudável. Exemplos incluem grãos secos, polidos e empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne resfriados ou congelados e leite pasteurizado.
Na hora de escolher os alimentos, os rótulos são os maiores aliados na identificação daqueles que tornam a nossa alimentação inadequada. Um alimento ultraprocessado pode ser comprovado com a leitura da longa e complexa lista de ingredientes informada no rótulo do produto, por exemplo. É por esse motivo que a rotulagem dos alimentos é o principal meio de comunicação entre o produto e o consumidor.
De acordo com o Guia Alimentar Para a População Brasileira, uma forma prática de distinguir alimentos ultraprocessados de alimentos processados é consultar a lista de ingredientes que, por lei, deve constar dos rótulos de alimentos embalados que possuem mais de um ingrediente. A presença de ingredientes com nomes pouco familiares e não usados em casa (carboximetilcelulose, açúcar invertido, maltodextrina, frutose, xarope de milho, aromatizantes, emulsificantes, espessantes, adoçantes, entre outros), indica que esse alimento é ultraprocessado. Além dessa longa lista, a presença de ingredientes com nomes poucos familiares e que não seriam utilizados em uma preparação culinária também é um sinal de que o produto é ultraprocessado. Geralmente, esses ingredientes são fabricados exclusivamente para uso industrial Não seria possível nem sequer possível reproduzir em casa um desses ingredientes.
Quando presentes, alimentos in natura ou minimamente processados representam proporção reduzida dos ingredientes dos alimentos ultraprocessados.
A imensa maioria dos ultraprocessados é consumida, ao longo do dia, substituindo alimentos como frutas, leite e água ou, nas refeições principais, no lugar de preparações culinárias. Portanto, alimentos ultraprocessados tendem a limitar o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados.
Para entender na prática, não é possível reproduzir fielmente em casa uma salsicha, um biscoito recheado, um suco em pó, um salgadinho de pacote. Até mesmo quando se fala em quantidades é possível distinguir um alimento ultraprocessado. Isso porque, em geral, em sua composição leva muito mais açúcar, sal e gordura se for comparado a uma preparação culinária.
O Guia Alimentar aponta alguns exemplos desses ingredientes pouco familiares presentes nos alimentos ultraprocessados. É o caso da gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados, xarope de frutose, isolados proteicos, agentes de massa, espessantes, emulsificantes, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários outros tipos de aditivos muitas vezes produzidos em laboratório. Todos esses fatores indicam que o produto pertence à categoria de alimentos ultraprocessados.
Nova regra de rotulagem
Em 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a nova regra sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados. O objetivo da mudança é melhorar a clareza e a legibilidade das informações nutricionais presentes no rótulo dos alimentos, além de auxiliar o consumidor a realizar escolhas alimentares mais conscientes.
A partir da mudança, a tabela nutricional vai ter um tamanho e um formato maior para facilitar a visualização, além de apresentar a informação sobre a quantidade de açúcares totais e adicionados, que hoje não é obrigatória. Também vai disponibilizar a declaração do valor energético e nutricional por 100 g ou 100 ml, para ajudar na comparação de produtos, e o número de porções por embalagem.
Outra inovação é a rotulagem nutricional frontal. Será colocado um símbolo indicando se ele tem alto teor de algum ingrediente específico. A ideia é esclarecer o consumidor, de forma clara e simples, sobre a quantidade elevada de algum item que ofereça impactos negativos para a saúde. Para isso, foi desenvolvido um design de lupa para identificar o alto teor de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.
Sobre o Guia Alimentar do Ministério da Saúde
O Guia Alimentar para a População Brasileira é um instrumento para apoiar e incentivar práticas alimentares saudáveis no âmbito individual e coletivo. Foi feito para todos os brasileiros e brasileiras! Ele reúne um conjunto de informações e recomendações sobre alimentação que contribuem para a promoção da saúde de pessoas, famílias e comunidades e da sociedade como um todo, hoje e no futuro. Acesse agora para consultar todas as orientações e garantir mais saúde e qualidade de vida.
+Lidas