Com só 18% de ministras mulheres, STJ terá 2ª presidente em 33 anos

Publicado em 09/05/2022, às 07h51
Atual corregedora nacional de Justiça, a ministra Maria Thereza atuou na advocacia e no meio acadêmico antes de ser nomeada para o Tribunal da Cidadania, em 2006. | Foto: Gustavo Lima/STJ​.​
Atual corregedora nacional de Justiça, a ministra Maria Thereza atuou na advocacia e no meio acadêmico antes de ser nomeada para o Tribunal da Cidadania, em 2006. | Foto: Gustavo Lima/STJ​.​

Por Metrópolees

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai eleger no próximo dia 11 o novo nome a presidir a Corte. O Pleno conduzirá o pleito para substituir Humberto Eustáquio Soares Martins, que assumiu em 2020. Por antiguidade, como geralmente são definidas as eleições, o STJ terá uma mulher à frente do órgão. Por esse critério, quem assumirá o posto será Maria Thereza de Assis Moura.

Com 15 anos de atuação no STJ, a ministra é a atual corregedora nacional de Justiça, cargo integrante do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após a eleição, Maria Thereza apenas assumirá em agosto. A ministra será a segunda mulher a ocupar a presidência do tribunal. A primeira foi a ministra Laurita Vaz, no biênio 2016-2018.Dentro do cenário atual de composição do STJ, Maria Thereza será a segunda mulher a comandar a Corte desde 7 de abril de 1989, quando o STJ foi instalado.

Se o critério de antiguidade for mantido, a magistrada atuará junto a um corpo de ministros majoritariamente masculino. O tribunal é composto de, no mínimo, 33 ministros, que são nomeados pelo presidente da República entre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 60 anos. Atualmente, entre eles, seis são mulheres. Isso representa 18% dos ministros da Corte.

Com Maria Thereza – e também por antiguidade -, assumiriam os ministros Herman Benjamin, como corregedor Nacional de Justiça, e Og Fernandes, como vice-presidente. No entanto, qualquer um pode declinar da ordem de sucessão. Nos bastidores, o que se fala é em renúncia do ministro Herman para assumir o cargo. Não é necessário dar justificativa para a negativa.

Divisão das cadeiras - Ainda segundo a Constituição, as cadeiras do STJ são divididas da seguinte forma: um terço entre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço entre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio STJ; um terço, em partes iguais, entre advogados e membros dos ministérios Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, alternadamente, indicados na forma do artigo 94 da Constituição.

Assim, no mesmo dia da definição para presidente e vice, serão escolhidos os nomes para compor lista tríplice que designará dois novos ministros do STJ. Eles vão atuar como representantes do TRFs dentro da Corte. A concorrência é para ocupar as vagas abertas com a aposentadoria dos ministros Napoleão Nunes Maia Filho e Nefi Cordeiro.

Os cinco Tribunais Regionais Federais (TRFs) já encaminharam os nomes dos desembargadores interessados em concorrer ao posto. A lista é submetida ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

Cabe à Presidência da República a escolha dos nomes dos candidatos que são encaminhados ao Senado Federal para serem sabatinados pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Após a aprovação pela CCJ e pelo plenário do Senado, são nomeados e empossados como ministros.

Veja a lista:

TRF-1

  • Des. Carlos Augusto Pires Brandão
  • Desa. Daniele Maranhão Costa
  • Des. Marcos Augusto de Sousa
  • Desa. Mônica Sifuentes
  • Des. Néviton Guedes
  • Des. Ney Bello

TRF-2

  • Des. Aluisio Gonçalves de Castro Mendes
  • Des. Messod Azulay Neto

TRF- 3

Des. Paulo Sérgio Domingues

TRF-4

  • Des. Fernando Quadros da Silva
  • Des. João Pedro Gebran Neto
  • Des. Leandro Paulsen
  • Des. Victor Luiz dos Santos Laus
  • Desa. Vivian Josete Pantaleão Caminha

TRF-5

  • Des. Cid Marconi Gurgel de Souza
  • Des. Rogério de Meneses Fialho Moreira

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