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No entender do jornalista Leonardo Sakamoto, colunista do portal UOL, o ex-juiz Sergio Moro (União-PR) já é tratado como “ex-senador em exercício” por seus colegas de Senado, mesmo sem haver ainda uma decisão definitiva no seu processo de cassação.
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Eleito em 2022 pelo Estado do Paraná, o senador Moro é acusado de abuso de poder econômico, caixa 2, uso indevido de meios de comunicação e contratos irregulares em sua campanha ao Senado e, caso seja condenado pelo TRE-PR ele e seus dois suplentes serão cassados e ficarão inelegíveis por oito anos – se isso de fato ocorrer, o ex-juiz federal ainda pode recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral.
“Tenho conversado com senadores da base do governo Lula e, em tom de ironia, eles se referem ao Moro como ‘um ex-senador em exercício’. Em outras palavras, de forma caricatural, como um ‘morto-vivo’, um ‘zumbi’, como uma pessoa que está lá, mas em breve não estará. Como na política a percepção do poder vem do contexto futuro e não necessariamente do presente, é uma situação um tanto quanto constrangedora”, diz Leonardo Sakamoto.
Para Sakamoto, Sérgio Moro isolado até pelo bolsonarismo, apesar de ter se reaproximado do ex-presidente, e no seu entender as chances de perder o mandato são grandes:
“O pessoal sabe que não adianta fazer planos de longo prazo com Moro, uma vez que a possibilidade de cassação é muito grande. Mesmo que o TRE dê ganho de causa a ele, quando isso subir [para o TSE] há uma chance enorme de o TSE cassá-lo, mesmo com mudança na presidência do tribunal. O bolsonarismo ainda é extremamente crítico ao Moro por tudo o que aconteceu. Ele saiu atirando em Bolsonaro, acusando o ex-presidente de interferir da Polícia Federal para salvar família e amigos, e foi xingado por ele. A ação no Paraná é movida pelo PT e pelo PL’.”
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