Um grupo de astrônomos do Observatório de Arecibo, em Porto Rico, captou um sinal de rádio muito intrigante no último dia 12 de maio. No dia 14 de julho, Abel Méndez, um dos líderes da instituição tornou público o fato, e muita gente começou a especular sobre a possibilidade de vida inteligente fora da Terra estar tentando nos enviar uma mensagem. Hoje, entretanto, Méndez colocou um fim a essa possibilidade.
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O fator intrigante desse sinal era a sua aparente origem — uma estrela anã vermelha chamada Ross 128, que fica 11 anos-luz distante da Terra — e o fato de contar com um certo padrão repetitivo. Esse último detalhe era o que poderia caracterizar o sinal como uma mensagem alien, mas, na verdade, tudo isso não passou de uma interferência de um satélite geoestacionário na órbita da Terra.
Por alguma razão, ele ficou exatamente no meio do caminho entre nosso planeta e a dita estrela e, como seus sinais eram absolutamente incomuns para um satélite criado pela humanidade, essa possibilidade estava sendo coloca de lado até que a situação toda fosse esclarecida.
A busca
Depois que essa história veio a público, outros dois observatórios nos EUA se juntaram à busca de Mendéz e ambos captaram o mesmo sinal estranho que aparentemente vinha de Ross 128. Foi inclusive cunhado um nome para o sinal, “Weird!”, “estranho” em inglês. Depois de refazer diversas vezes a observação do sinal, os pesquisadores concluíram que ele era realmente originário de um ou mais satélites criados por nós e que estavam emitindo ondas completamente inesperadas.
Os novos dados vindos do Observatório de Arecibo demoraram praticamente uma semana para serem baixados dos servidores e processados pelos cientistas. Com isso, eles puderam chegar à conclusão que, na verdade, era a mais esperada pela comunidade de astrônomos. “A melhor explicação é que o sinal era parte de transmissões de um ou mais satélites geoestacionários”, explica um comunicado enviado à imprensa por Mendéz e seus colegas em Arecibo.
Geoestacionários?
É curioso notar que esses satélites são conhecidos como “geoestacionários” por ficarem sempre acima de um ponto específico na Terra. Portanto, existe a possibilidade de alguém ter movido seu satélite um pouco e, acidentalmente, o colocado exatamente “na frente” da tal estrela. Movimentações acidentais também são possíveis, mas normalmente são corrigidas.
“Isso explica porque o sinal estava dentro da frequência dos satélites e só aparecia e persistia em Ross 128. A estrela está próximo do Equador Celestial, onde muitos satélites geoestacionários estão posicionados”, esclareceu o comunicado.
Vale destacar ainda que todo esse burburinho ficou ainda mais intenso pelo fato de ter se originado no Observatório de Arecibo, que é especializado na busca por inteligência extraterrestre. Ele faz parte de uma rede conhecida como SETI, Search for Extraterrestrial Intelligence. Os outros dois observatórios que se juntaram na busca também faziam parte desse mesmo projeto.
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