por Luan Paz
Acredito que você deve saber que o cacau é a fruta que serve de base para um dos doces mais consumidos no mundo, o chocolate. Mas há mais de 60 anos o gênero Theobroma, composto de 22 espécies nativas da região amazônica não sofria nenhuma adição em sua composição, porém agora em 2024, três novas espécies desse gênero na região noroeste da Amazônia, isso tudo foi possível através da pesquisa de doutorado de Matheus Colli Silva, da Universidade de São Paulo (USP), com orientação do Prof. José Rubens Pirani (USP) em parceria com o Prof. James Edward Richardson (Universidade del Rosario) e o Dr. Fabián Michelangeli, (New York Botanical Garden/EUA).
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Durante as viagens na região amazônica para revisitar o gênero, os pesquisadores encontraram três novas espécies: Theobroma globosum, no Acre e no Peru, T. nervosum, na Colômbia e no Equador e T. schultesii, na Colômbia, Equador e Peru.
A pesquisa foi publicada na revista Kew Bulletin, e descreve que as novas espécies crescem em terra firme, com pequenas diferenças no solo e na elevação. Quanto aos frutos, o Theobroma globosum possui frutos esféricos com folíolos e proporções de nervura central menores quando comparada a outras espécies da região. Enquanto o Theobroma nervosum, apresenta folhetos mais redondos e dentados, com veias projetando-se para além da margem, e o Theobroma schultesii tem como principal característica folhetos peciolados, como um pequeno caule que os liga à estrutura, e um cálice em formato de cúpula.
Mas qual a importância dessa descoberta, você pode se perguntar? Se você acompanha a novela Renascer, da Rede Globo, deve ter visto que o cacau é bastante suscetível a doenças, sobretudo a Vassoura-de-bruxa, causada pelo fungo Moniliophtora perniciosa e condições climáticas adversas, e essas novas espécies podem ser utilizadas em estudos de melhoramento genético que podem gerar indivíduos mais resistentes à essa doença, que pode causar a extinção do cacaueiro.
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