Contextualizando

Cientista político: “A Democracia como regime político jamais poderá ter sucesso no Brasil”

Em 3 de Dezembro de 2023 às 10:20

O cientista político alagoano Eduardo Magalhães, professor aposentado da Ufal e do Cesmac, está entre aqueles que condenam a politização do Ministério da Justiça.

Uma prática que vez por outra volta a ser utilizada por nossos governantes, muitas vezes para agradar os detentores do poder e proporcionar aos seus beneficiários voos ainda mais altos na administração pública.

Eduardo Magalhães tem dois PHDs nos Estados Unidos, onde morou por 16 anos, e é dele o texto que se segue:

“Faz muito tempo que o Ministério da Justiça deixou de ser da Justiça e é cada vez mais da política. É como a Procuradoria Geral da República, que hoje funciona como uma banca de advocacia a serviço do presidente.

Nós temos que criar instituições moldadas para serem eficazes e eficientes na condenação de um ordenamento jurídico e político para os brasileiros.

Até hoje nossos juristas têm se preocupado em adaptar constituições ou regras e normas de outros países para funcionar no Brasil.

Não pode funcionar.

Somos um povo que não se adequa a viver num regime onde prevaleça a igualdade, por exemplo. Só essa característica brasileira já elimina a chance da Democracia prevalecer o Brasil.

Como a igualdade é um dos fundamentos básicos da Democracia (o outro é a liberdade), a Democracia como regime político jamais poderá ter sucesso no Brasil.

Eu passei anos trabalhando com cidadãos de países diferentes. Nenhum deles se assemelha aos brasileiros. Somos diferentes de outros nacionais em todos os aspectos.

Tratar brasileiros como iguais é um convite ao fracasso. Brasileiros tampouco podem viver num regime onde prevaleça a liberdade.

No Brasil, liberdade logo progride para um estado anárquico onde prevalecerão os favores, o protecionismo, o clientelismo.

No nosso personalismo egocêntrico e individual reside o mistério da brasileiridade que nos faz uma raça especial e única.”

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