Interior

Cidade de AL tem 2ª maior prevalência da doença de Huntington, condição rara e incapacitante

Eberth Lins com TV Pajuçara | 02/09/24 - 17h22
Paulo vive convive com a doença há 13 anos e nos últimos dois está acamado | Foto: Reprodução / TV Pajuçara

O município de Feira Grande, cidade com pouco mais de 22 mil habitantes situada no Agreste alagoano, é o segundo do Brasil no número de casos da doença de Huntington, uma doença hereditária que causa movimentos aleatórios involuntários. São 23 pacientes em tratamento em Feira Grande, fazendo com o que a taxa de prevalência da doença fique atrás somente de Senador Sá, no estado do Ceará. 

Dona Edselma Vieira, de 56 anos, trabalhava como gari e há 10 anos foi diagnosticada com a doença de Huntington. Mas a situação se agravou nos últimos dois anos, quando ela perdeu a capacidade motora, passou a ter dificuldades para falar e apresentar uma aceleração nos movimentos involuntários.

A doença de Huntington é rara e hereditária, a probabilidade de passar de pais para filhos é de 50% e os sintomas começam a aparecer entre 30 e 50 anos. Aline Vieira é filha e cuidadora de Edselma. Aos 37 anos, ela diz ter medo de fazer o exame e ser diagnosticada com a doença. "Se descobrir, acho que acabou tudo. Eu não quero descobrir agora. Como ela é minha mãe, sei que corro o risco de ter, mas no momento não quero saber", disse.

Só na família de Edselma Vieira, ela e mais quatro têm diagnósticos para a Doença de Huntington. Paulo Vieira, de 43 anos, foi diagnosticado há 13 anos e há dois anos vive acamado, como parte das complicações da doença. Outro irmão, Luciano Vieira, diz que a doença está evoluindo e que tem dificuldades para fazer coisas simples, como vestir uma camisa.

As causas da doença estão relacionadas à genética do paciente, mais especificamente a um gene conhecido como HTT. A doença de Huntington se manifesta quando esse gene HTT se repete mais vezes do que deveria. Não existe cura para a doença de Huntington. O tratamento visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, maximizando sua capacidade de ser funcional.  

A reportagem da equipe da TV Pajuçara foi até Feira Grande e mostra as condições físicas dos afetados com a doença. Assista, abaixo, à matéria de Ivan Lemos e Henrique Moura, com produção de Handson Holanda, da TV Pajuçara/Record: