Cícero Almeida revisará cobranças de taxas

Publicado em 12/09/2016, às 16h29

Por Redação

Segundo candidato a ser sabatinado na manhã desta segunda-feira (12/09) na Série de Entrevistas com os candidatos a prefeito de Maceió, promovida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio AL) com o apoio do Senac, Cícero Almeida (PMDB), que já foi prefeito de Maceió por dois mandatos, relembrou projetos executados em sua gestão como forma de credenciá-lo a um novo mandato.

Iniciado com perguntas desenvolvidas pela Federação, o primeiro ponto a ser abordado foi saneamento básico. Sobre o assunto, Almeida disse que saneamento básico não é feito apenas pelo prefeito. “É feito em conjunto com a parceria do Estado. Infelizmente, quando prefeito, o que fizemos foi sem a parceira do governo. A partir de agora, com a parceria do governo do estado temos possibilidade de fazer mais. Tivemos um convênio de 41 milhões de reais para aplicar em saneamento.

Infelizmente, esses recursos foram investidos de forma errada na parte baixa”, observou, acrescentando que as obras do Vale do Reginaldo não avançaram na época da sua gestão porque o então governo do Estado dificultava a liberação de verba pública para a prefeitura. “Fomos impedidos de continuar com a obra porque o governo não fez a parte dele. Não fez a parte habitacional nem as desapropriações para o eixo viário do Reginaldo. Quem perdeu foi a população”, disse.

Em relação à educação, Almeida disse que em sua gestão encontrou tudo desestruturado “Diante do caos que nós encontramos, nós avançamos muito, mas a educação deve avançar a cada dia. Construímos nove escolas compradas com recursos próprios. Vamos investir cada vez mais em escola em tempo integral. Inclusive, a Cecília Carnaúba, primeira escola de Maceió em tempo integral, foi construída na minha gestão. Atualmente temos 14 escolas e pretendemos construir 70 escolas em tempo integral”, afirmou.

Para o candidato, uma educação de qualidade passa pelo reconhecimento dos professores. “Foram retirados, na atual gestão, a maioria dos direitos não só dos professores, mas dos servidores públicos também. Todos os méritos conquistados em minha gestão foram retirados. Para melhorar a educação, é preciso investir em professor, qualificar, promover concurso e dar uma escola de qualidade”, observou.

Quando questionado sobre mobilidade urbana, Almeida argumentou que Maceió não é uma cidade planejada e que, embora tenha feito quatro viadutos com a parceria público-privada, não foi suficiente para desafogar o tráfego. “Fizemos inúmeras avenida, ligamos bairros da cidade como a Gruta e a Santa Lúcia à Via Expressa. Depois de mais de 40 anos, Fernandes Lima foi reestruturada. Trouxemos o VLT [Veículo Leve Sobre Trilhos], mas não vemos viabilidade do BRT [Bus Rapid Transite - Transporte Rápido por Ônibus] para Maceió. Tenho o projeto de construir o viaduto na PRF, na entrada da cidade. Temos muito ainda a fazer nessa área”, avaliou.

Segundo Almeida, sua gestão colocou mais de 120 ônibus novos nas ruas e a licitação não avançou por determinação judicial. O candidato avaliou o transporte público atual como sem qualidade e afirmou que as reformas dos terminais de ônibus estão sendo feitas por empresários, e não pela prefeitura. “Dos ônibus apresentados como novos, 50% são reaproveitados de outras cidades”, disse. Sobre assaltos aos coletivos, pretende firmar parcerias com o governo estadual envolvendo a guarda municipal.

Sobre a violência da capital, o candidato disse que deve ser combatida com veemência pelo governo do Estado e pelas polícias Civil e Militar, mas com uma contrapartida dos municípios, que viria por meio de ações sociais. “Lamentavelmente Maceió não está se desenvolvendo. Os jovens nas ruas estão sendo seduzidos pelos crimes. Precisamos capacitá-los e atrair investimentos de empresas nacionais para se instalar aqui e empregar esses jovens”, pontuou.

No tocante à saúde, o candidato lamentou o fechamento do laboratório municipal que, segundo ele, atendia a toda capital. Almeida disse que inaugurou oito postos de saúde em sua gestão, mas que atualmente alguns desses postos foram fechados. Também lamentou o período que a população ficou desassistida pelo PAM Salgadinho. Se eleito, disse que tem o projeto de construir um Hospital Metropolitano e uma Maternidade Municipal no Benedito Bentes.

Sobre o desenvolvimento econômico, Almeida reconhece que a carga tributária inviabiliza a instalação de empresas, mas disse que a burocracia foi implantada em vários setores da atual gestão, chegando a afirmar que “as taxas são dobradas a cada dia. A taxa de iluminação pública foi transformada em lei e é cobrada em toda cidade. Os ambulantes que antes pagavam R$ 80 agora pagam R$ 230. Essas situações serão revistas e não foram instituídas por nós”. Segundo Almeida, a prefeitura arrecadava cerca de R$ 2 milhões de taxa de iluminação pública e, atualmente, a arrecadação é de R$ 10 milhões.

Para a orla lagunar, o candidato tem como meta desenvolver projetos habitacionais e transformar a área num “cartão postal”. Isso inclui o desassoreamento da Lagoa Manguaba e a requalificação da orla a fim de dar moradia digna, bem como emprego e condições às famílias. “Quando prefeito, retirei mais de 400 famílias da beira da Lagoa Mundaú e construí conjuntos residenciais. Mas sem ter condições e oportunidade de trabalho, as famílias voltaram á beira da lagoa, lugar de onde tiram seu sustento. É um trabalho social que pretendemos fazer com o governo do estado dessa vez”, assegurou.

Ao final da sabatinam, a Fecomércio entregou a “Agenda Municipal – Compromisso com o Comércio da sua cidade”. O documento, que será entregue a todos os candidatos participantes e aos prefeitos eleitos dos municípios alagoanos, sugere medidas de valorização dos comércios locais como forma de estimular o desenvolvimento. Amanhã, dia 13, a sabatina será com o candidato Gustavo Pessoa (PSOL), às 10h45, no auditório do Senac.

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