Chuvas deixam três mortos e centenas de desabrigados na Bahia

Publicado em 11/12/2021, às 07h18
Corpo de Bombeiros
Corpo de Bombeiros

Por Folhapress

As fortes chuvas que atingem principalmente a região sul da Bahia desde a noite de terça-feira (7) deixaram ao menos três mortos na cidade de Itamaraju.

A tempestade foi ocasionada por ciclone subtropical que se formou no oceano Atlântico. As equipes de resgate que atuam no local citam a dificuldade em acessar regiões mais afastadas, devido à destruição de passagens e rodovias, além de alagamentos.

De acordo com o secretário de Administração de Itamaraju, Edson Oss, os auxílios estão sendo prestados por aeronaves. "A região necessita de aeronaves para poder dar socorro aos distritos do interior. As pontes estão quebradas, as estradas estão quebradas", disse.

Oss relatou que a Polícia Militar realizou, nesta sexta-feira (10), o transporte aéreo de medicamentos, água e alimento.

Os três mortos, um homem de 26 anos e duas crianças, que não tiveram seus nomes divulgados, eram da mesma família e moravam no bairro Santo Antônio. Eles morreram após desabamento causado pela chuva na madrugada de quarta-feira (8).

A região de Itamaraju foi uma das mais atingidas pela chuva. O temporal ainda deixou ao menos 4 mil pessoas desalojadas e mais de 500 famílias desabrigadas, conforme a prefeitura da cidade. Elas estão sendo abrigadas em escolas. O município, que possui cerca de 67 mil habitantes, está localizado no extremo sul da Bahia.

As piores condições de resgate estão nos distritos do interior da cidade, principalmente em Nova Alegria, já que o percurso é realizado por estradas vicinais, que ficaram destruídas. Por esse motivo, os esforços estão concentrados em conseguir chegar até os povoados, segundo informações da assessoria de imprensa da prefeitura.

A situação que Itamaraju enfrenta, com alguns bairros e distritos submersos, sensibilizou o youtuber Felipe Neto, que iniciou uma campanha em favor de Nova Alegria. Ele, que tem milhões de seguidores em suas redes sociais, informou ter disponibilizado R$ 100 mil para ajudar as famílias desabrigadas.

"O sul da Bahia está em situação catastrófica nesse momento. Precisamos ajudar! Quem puder, ajude Nova Alegria!", publicou em sua conta no Twitter.

Na tarde desta sexta-feira (10) não chovia na região, mas o tempo estava nublado. No entanto, o risco de novos pontos de chuva no sul da Bahia ainda segue em vigência, conforme previsões meteorológicas.

De acordo com o secretário de Administração de Itamaraju, apenas no dia em que as mortes ocorreram choveu cerca de 324 milímetros na cidade.

À Folha, Mamedes Luiz Melo, meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), explicou que a região está sendo afetada pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul.

"É um corredor de umidade que se associa com uma frente fria que chega até o Sudeste, o Sul, e fica ali por alguns dias e provoca bastante chuva."

Quanto ao ciclone, Melo o classificou como subtropical. Ainda de acordo com o profissional, o acumulado de chuva em algumas cidades baianas ultrapassa os 100 milímetros.

Em virtude dos estragos causados pelo temporal, o governador Rui Costa (PT) decretou situação de emergência em 24 municípios. Pelo documento, todos os órgãos estaduais devem se mobilizar, no âmbito de suas competências, para apoiar as ações de socorro às cidades. O decreto tem validade de 90 dias.

A medida vale para as cidades de Anagé, Baixa Grande, Boa Vista do Tupim, Camacã, Canavieiras, Encruzilhada, Eunápolis, Guaratinga, Ibicuí, Itabela, Itacaré, Itamaraju, Itambé, Itapetinga, Itarantim, Jiquiriçá, Jucuruçu, Marcionílio de Souza, Mascote, Medeiros Neto, Mundo Novo, Santanópolis, Teixeira de Freitas e Vereda.

O governador havia anunciado que pretendia sobrevoar algumas áreas nesta sexta-feira (10), mas, de acordo com sua assessoria, "as condições climáticas na região não permitiram" a ação.

Procurado, o Corpo de Bombeiros informou que bombeiros da cidade de Teixeira de Freitas, com apoio de mais 70 agentes de batalhões da capital e interior, atuam nas áreas mais atingidas.

"As ações, basicamente, estão sendo a retirada das pessoas das áreas ilhadas, assim como os bens materiais", informou a assessoria de imprensa.

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