O câncer de pâncreas é um inimigo silencioso e muito mortal. Embora represente apenas 1% dos casos de tumores registrados no Brasil, ele é a causa de 5% das mortes por câncer, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
LEIA TAMBÉM
A alta taxa de mortalidade da doença está diretamente relacionada à dificuldade de identificá-la na fase inicial. Como é um órgão envolvido no meio do processo digestivo, os sintomas só são percebidos quando estão mais intensos, como fortes dores nas costas e no abdômen.
Outra dificuldade para o diagnóstico é que alguns dos sintomas mais comuns – como fraqueza, perda de peso e falta de apetite – fazem parte do quadro de vários outras doenças.
A icterícia, quando os olhos e a palma das mãos apresentam um tom amarelo-esverdeado, também é um sintoma preocupante de mau funcionamento do pâncreas, mas também costuma aparecer quando o quadro está avançado.
Alerta no banheiro - Uma rotina que deve ser incorporada pelas pessoas e pode ajudar a diagnosticar o câncer de pâncreas consiste em observar as fezes no banheiro. Caso elas não desçam pela descarga facilmente ou apresentam um cheiro anormalmente desagradável vale consultar um médico.
“Quando o pâncreas está disfuncional, aparecem sinais de má-digestão, como a esteatorreia, que é a presença de gordura mal digerida nas fezes”, afirma o oncologista Gustavo Fernandes, diretor da Oncologia – Dasa.
A gordura altera tanto a densidade como o odor das fezes, fazendo com que elas boiem e tenham cheiro forte. “É sintoma que precisa ser investigado, apesar de não ser dos mais comuns no início da doença”, explica o médico.
O oncologista acrescenta que a presença de um tumor também pode provocar alterações na coloração das fezes. “Como o tumor geralmente obstrui a saída da bile para o intestino, é comum que ocorra a acolia fecal, quando as fezes ficam mais esbranquiçadas”, conclui.
+Lidas