Subiu para 37 o número de cidades das regiões sul, sudoeste, oeste e recôncavo da Bahia que foram fortemente impactadas pelas chuvas dos últimos dias. São municípios que registraram inundações, alagamentos, enchentes e deslizamentos de terra causados pelos temporais e pelas cheias dos rios. As chuvas, que já tinham deixado um saldo de destruição há cerca de dez dias na região extremo-sul do estado, voltaram a castigar a Bahia desde quinta-feira (23), com maior intensidade na sexta-feira (24) e no sábado (25).
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As chuvas mais intensas nos últimos dias fizeram aumentar para 18 o número de mortes registradas na Bahia desde novembro em decorrência dos temporais. A última vítima registrada foi Olivan Alves Mota, 60, que se afogou neste domingo (26) no Rio das Contas, em Aureliano Leal, no sul do estado. O governador da Bahia, Rui Costa (PT), fez neste domingo (26) um sobrevoo nas áreas mais atingidas das cidades de Itabuna, Ilhéus e Itajuípe, sul da Bahia, e disse que as imagens da destruição causada pelo temporal são muito fortes.
"É uma tragédia gigantesca. Não lembro se na história recente da Bahia tem algo dessa proporção. É algo realmente assustador o número de casas, de ruas e de localidades completamente embaixo d'água", afirmou. De acordo com a Defesa Civil da Bahia, há 72 municípios em situação de emergência, entre os quais Ilhéus, Porto Seguro, Teixeira de Freitas, Belmonte, Eunápolis e Itaberaba. O total de pessoas desabrigadas passa de 4.000, enquanto mais de 11 mil foram desalojadas.
Uma das cidades mais atingidas foi Itabuna, maior município da região sul do estado. Na madrugada de sexta-feira, a cidade registrou um volume de chuva de 110 milímetros, fazendo transbordar o rio Cachoeira, que corta a cidade. A inundação atingiu áreas do centro como a avenida Cinquentenário, principal centro comercial da cidade, e a avenida Beira-Rio. Também foram atingidos bairros da periferia que ficam nas margens do rio.
"Graças a Deus a água não está represada. A nossa preocupação agora é retirar as famílias dessas zonas de risco, dos bairros pontos críticos da cidade", afirmou o prefeito Augusto Castro (PSD).
Uma base de apoio foi montada pelo governo do estado em Ilhéus, com o objetivo de facilitar a retirada de pessoas de áreas de risco e de casas que possam desabar em cidades no entorno. As cidades de Itapetinga, Vitória da Conquista, Ipiaú e Santa Inês também ganharam postos avançados para facilitar o trabalho dos bombeiros. Aeronaves, camionetes e barcos foram levados à região para prestar socorro às pessoas ilhadas e transportar os moradores para áreas seguras. Cestas básicas e cobertores estão sendo distribuídos.
Na noite deste sábado (25), a prefeitura de Itambé, no sudoeste baiano, anunciou o rompimento de uma barragem com alto volume de água. O alerta previa a possibilidade de uma forte enxurrada, que acabou não atingindo as áreas mais densamente povoadas da cidade. Itambé registrou mais de 14 horas ininterruptas de chuva entre sexta-feira e sábado, resultando na enchente do rio Verruga. Também foi registrado o rompimento de barragem na cidade de Jussiape, na chapada Diamantina. A prefeitura emitiu um comunicado recomendado que as famílias que moram nas proximidades da barragem deixem suas casas. Um ginásio municipal foi disponibilizado para os desabrigados.
Na cidade de Paramirim, oeste do estado, a barragem do Zabumbão chegou ao seu nível máximo e sangrou neste sábado, deixando comunidades ribeirinhas em alerta. A prefeitura emitiu um alerta suspendendo o tráfego de pessoas e veículos no entorno da barragem. Em Salvador, as chuvas fortes fizeram com que a prefeitura acionasse o sistema de alarmes em áreas de risco nos bairros Sete de Abril e Castelo Branco, orientando a população a deixar suas casas. De acordo com dados da Defesa Civil municipal, a cidade registrou neste domingo 26 deslizamentos de terra e cinco desabamentos de imóveis, todas ocorrências sem vítimas fatais.
O Ministério da Cidadania, informou que uma força-tarefa formada pelo governo federal, pelo governo da Bahia e por senadores reuniu-se neste sábado para definir a estratégia de socorro. Foi montada uma operação conjunta de socorro após, segundo o ministério, o presidente Jair Bolsonaro (PL) determinar a ampliação dos esforços. O socorro do governo federal inclui combustível e aeronaves p ara auxiliar nos resgates. A base de apoio para as ações, instalada em Ilhéus, terá o reforço de equipes da Polícia Militar da Bahia, do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, da Secretaria Nacional de Defesa Civil, da Superintendência Estadual de Defesa Civil e da Polícia Rodoviária Federal, que enviará aeronaves e agentes. Governadores dos estados de São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba, também enviaram aeronaves e equipes de bombeiros para ajudar no resgate das populações ribeirinhas.
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