Cerveró diz que Renan Calheiros reclamou da falta de propina

Publicado em 12/01/2016, às 09h53

Por Redação

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi acusado durante delação premiada de ter tratado pessoalmente, sem intermediários, de suposto repasse de propina proveniente da Petrobras.

O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, disse, em delação no dia 7 de dezembro, que em 2012 Renan "reclamou da falta de repasse de propina" por parte do delator.

Na primeira vez que tratou de propina diretamente, o senador alagoano, de acordo com Cerveró, participava de uma reunião, em 2009, com o então presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e um "representante" do senador Fernando Collor (PTB-AL), o ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos.

Segundo Cerveró, o encontro ocorreu no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, quando José Lima de Andrade Neto teria afirmado que a compra de álcool, o aluguel de caminhões para transportar combustível e a construção de bases de distribuição de combustíveis "seriam os negócios que poderiam render propina mais substancial na BR Distribuidora".

No segundo encontro, em 2012, Renan teria chamado Cerveró em seu gabinete para reclamar da falta de repasses de propina.

Cerveró relatou que teria dito a Renan que não estava arrecadando propina na BR Distribuidora, ao que Renan Calheiros teria respondido “que a partir de então deixava de prestar apoio político" a Cerveró.

Renan é investigado em seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal sob a suspeita de recebimento de propina de negócios relacionados à Petrobras.

De acordo com Cerveró, políticos e diretores da BR Distribuidora fizeram uma reunião no Rio de Janeiro em 2010, após as eleições, para um "acerto geral" da propina que seria distribuída a partir dos contratos da subsidiária da Petrobras.

Entre os beneficiados, estariam Fernando Collor (PTB-AL) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) informou, por sua assessoria de imprensa, que "nega as imputações e esclarece que já prestou as informações requeridas". O peemedebista nega ainda ter participado das reuniões citadas por Cerveró.

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