Caso Marcelo Leite: 'vamos investigar responsabilidade penal dos PMs na ação', diz delegado

Publicado em 16/01/2023, às 12h56
Reprodução
Reprodução

Por Redação TNH1

Marcada para a noite desta segunda-feira (16), a reprodução simulada do caso do assassinato do empresário de Arapiraca, Marcelo Leite, deve servir para esclarecer sobre as diversas versões apresentadas sobre o que aconteceu na abordagem que resultou na morte de Marcelo, no dia 14 de novembro de 2022. De acordo com o coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), delegado Igor Diego, todas as informações que pairam dúvidas nas investigações devem ser esclarecidas com a reprodução simulada. 

"Essa reprodução simulada tem por objetivo esclarecer como realmente ocorreram esses fatos, tendo em vista que durante as investigações tivemos diversas versões de como aconteceram os fatos. Posteriormente será feito um laudo, de como se deu a dinâmica desses fatos. O que foi colhido até agora foram realmente os fatos de que o empresário passou com o veículo, não obedeceu à ordem de parada e diante disso os policiais agiram para realizar a abordagem ao veículo e ao indivíduo que conduzia o carro. Diante dessa situação houve vários disparos de arma de fogo contra esse veículo e um desses disparos atingiu o empresário. Também foi apresentada uma arma de fogo pelos militares como sendo do empresário, razão pela qual ele foi preso em flagrante pelo delito de porte ilegal de arma de fogo, ponderou Igor Diego em entrevista à Rádio Pajuçara FM 103,7.  

A posse da arma, no entanto, é alvo de contestação por parte da família de Marcelo. "Houve questionamentos sobre esse empresário possuir ou não arma de fogo, bem como questionamentos sobre como se deu a dinâmica dos fatos apresentados pelos policiais militares. Diante de todas essas divergências, o Ministério Público solicitou a realização de uma reprodução simulada para averiguar qual versão condiz mais com a versão real dos fatos", acrescentou o delegado. 

A reprodução simulada deve contar com a participação de todos os PMs do 3º Batalhão de Arapiraca envolvidos na abordagem e está marcada para começar às 20h. "Possivelmente entraremos na madrugada, sem hora para terminar. O laudo da perícia pode ser a chave para que a gente analise a responsabilidade jurídica de cada um dos envolvidos.

Uso de fuzil na abordagem - Quando perguntado sobre o uso do fuzil pelos policiais durante a abordagem, o delegado descreveu como sendo uma "prática normal" no policiamento de rotina. "As forças utilizam tanto pistola quanto armamento longo, até porque nessa abordagem, era um veículo com película totalmente fumê, uma conduta completamente suspeita. A PM utiliza o armamento que é necessário. Infelizmente esse fato aconteceu, mas a polícia precisa ter armamento pesado também para que enfrente qualquer tipo de situação que apareça. Um dos princípios básicos das forças policiais é que esteja sempre preparada para responder e combater a criminalidade seja ela de qual for a espécie", argumenta o delegado.

"Infelizmente, nesse caso, tínhamos lá vários policiais com arma menor, como pistolas, e um policial que estava portando um fuzil e que efetuou tiros de fuzil. Mas é usado normalmente [o fuzi] pelas forças policiais, isso não tem nenhum problema. A grande situação que está sendo investigada é se houve ou não uma responsabilidade penal por parte dos policiais que realizaram a abordagem", destacou o coordenador da Deic.. 

Gostou? Compartilhe