Caso Marcelo Leite: testemunhas serão ouvidas pela Justiça na próxima quarta-feira (26)

Anteriormente, a Justiça alagoana já havia tornado réus os PMs Jilfran Santos Batista (homicídio), Ariel Oliveira Santos Neto e Gustavo Angelino (fraude processual), e Xavier Silva de Moraes (denunciação caluniosa). Os policiais envolvidos na abordagem ao empresário também foram denunciados pelo Ministério Público de Alagoas. Eles respondem ao processo em liberdade.

Em entrevista ao TNH1, o advogado da família de Marcelo Leite, Leonardo de Moraes, disse que a expectativa é que os depoimentos confirmem todos as acusações apresentadas durante o inquérito policial.

"Esperamos que as testemunhas confirmem todos os crimes apontados pelo inquérito da polícia. A polícia concluiu e o Ministério Público denunciou os PMs por homicídio doloso, fraude policial e denunciação caluniosa. Alguns dos envolvidos ainda dificultaram o trabalho da perícia. Esperamos que isso tudo seja confirmado pelos depoimentos. Sabemos que Marcelo Leite foi brutalmente assassinado durante uma abordagem policial. Temos convicção que foi uma execução e isso será corroborado pelos depoimentos das testemunhas", disse o advogado. 

Já a defesa dos PMs disse que espera que os depoimentos esclareçam o crime. "Espero que essas testemunhas confirmem o que realmente aconteceu nessa abordagem. Espero que confirmem que houve legítima defesa, que Marcelo não obedeceu à ordem de parada. Também espero que as testemunhas confirmem aquilo que realmente presenciaram. Uma das testemunhas apresentadas durante o inquérito disse que não viu Marcelo apontando uma arma para os PMs, porém ela não soube dizer se ele estava em posse de uma arma. Confiamos no trabalho da polícia, mas essas contradições não podem ser usadas para acusar alguém", disse o advogado Napoleão Júnior. 

Advogado da família de Marcelo Leite protesta contra sigilo do processo - Ao TNH1, o advogado Leonardo de Moraes, representante da família de Marcelo Leite, reclamou do sigilo imposto sobre o processo que investiga a morte do empresário.

Segundo o advogado, os próprios familiares de Marcelo não conseguem ter acesso ao processo e o decreto judicial não apresentaria justificativa legal. "Não há nada que justifique esse decreto de sigilo sobre o caso. São policiais que cometeram um crime bárbaro que chocou toda a sociedade. Não é um crime de violência contra criança, por exemplo, onde há obrigatoriedade de sigilo para proteger a vítima. Nesse caso, não há justificativa legal para esse segredo de justiça sobre o caso. Os familiares, a sociedade e todos têm o direito de saber informações sobre esse processo. Precisamos de transparência e não de um protecionismo para aqueles que tiraram a vida de uma pessoa do bem", explicou Moraes. 

O caso - O empresário Marcelo Leite foi atingido por um tiro de fuzil durante uma abordagem policial na cidade de Arapiraca no dia 14 de novembro do ano passado. O disparo foi efetuado por um militar do 3º Batalhão da PM. Marcelo morreu no dia 05 de dezembro, em um hospital em São Paulo para onde foi transferido.