O Ministério Público de Alagoas ofertou denúncia contra o policial Gustavo Angelino Ventura, um dos seis militares envolvidos na abordagem policial que vitimou com um tiro de fuzil o empresário Marcelo Leite, em Arapiraca, em 14 de novembro de 2022. A denúncia foi oferecida pelo promotor Nilson Mendes de Miranda, da 1ª Promotoria de Justiça de Arapiraca, nessa última terça-feira (25).
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Gustavo Agenlino, que também conhecido como "Cabo Ventura", é o quarto policial denunciado pelo MP-AL. Anteriormente, o órgão já havia denunciado os policiais militares do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) Jilfran Santos Batista (homicídio), Ariel Oliveira Santos Neto (fraude processual) e Xavier Silva de Moraes (denunciação caluniosa).
Na decisão dessa terça-feira (25), o promotor Nilson Mendes alega que há indícios relevantes de que Ventura teria dificultado o trabalho dos peritos e juízes responsáveis pelo caso. De acordo com o magistrado, devido à conduta de dolo em alterar o estado de coisas em locais do crime, o policial teria dificultado o acesso às informações resultantes do posicionamento e de eventuais vestígios próximos ao automóvel.
Ainda segundo o promotor, o policial teria admito, durante depoimento à Corregedoria da Polícia Militar, que, após ser prestado socorro ao empresário Marcelo Leite, ele teria conduzido o veículo da vítima para próximo a uma guarita do 3° Batalhão de Polícia Militar. No mesmo depoimento, Ventura ainda relatou ter avistado uma arma no banco do motorista do carro e a transferido para o banco do carona para poder conduzir o veículo.
A reportagem do TNH1 entrou em contato com a defesa de Gustavo Angelino Ventura, e aguarda um posicionamento para acrescentar na matéria.
PM também responde por abordagem e morte de adolescente - O policial do o 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM) Gustavo Angelino Ventura também participou de uma abordagem policial que terminou com um menor de 17 anos morto.
A abordagem ao jovem Danilo Fernando da Silva, de 17 anos, aconteceu no dia 25 de novembro de 2021, perto do campus da Ufal de Arapiraca. O militar e outros três PMs, que participaram da abordagem ao adolescente, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Alagoas, em dezembro de 2022, pelos crimes de lesão corporal seguida de morte e fraude processual. O caso está sobre segredo de justiça.
Levantamentos do Ministério Público apontaram que o policial e seus companheiros, lotados no 3° Batalhão da Polícia Militar, faziam um patrulhamento nas imediações da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), em Arapiraca, quando visualizaram o adolescente, que conduzia uma motocicleta e teria desviado da rota onde estavam os policiais. No relato, os PMs dizem que, por entenderem que aquela conduta colocava a vítima como suspeita, a viatura se aproximou do menor e teria impedido que ele retornasse. Ainda de acordo com o relato, como a rua não tinha saída, Danilo tentou manobrar a motocicleta para tentar sair do local, ocasião em que ele teria sido atingido por um projétil disparado de dentro da viatura.
Segundo as investigações, o adolescente, que trabalhava como menor aprendiz em uma rede de supermercados e não possuía habilitação, foi atingido por um tiro na região lombar esquerda. Os policiais militares alegaram que a vítima estava armada e que efetuou dois disparos de arma de fogo contra a guarnição policial. Mas a versão foi contestada pelo Ministério Público de Alagoas.
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